"Queremos garantir que pode ser seguido", declarou o chefe da diplomacia francesa durante uma entrevista à rádio RTL, referindo-se ao plano definido em 2022.
"Mas observamos posturas, decisões por parte das autoridades argelinas que nos permitem duvidar da intenção dos argelinos de seguir este caminho, porque para seguir o caminho são necessários dois", acrescentou.
O ministro disse também estar "muito preocupado pelo facto de o pedido de libertação enviado por Boualem Sansal e os seus advogados ter sido rejeitado".
Boualem Sansal é um crítico do poder argelino, de 75 anos, filho de pai de origem marroquina e mãe argelina. Está preso desde meados de novembro sob a acusação de pôr em perigo a segurança do Estado e encontra-se numa unidade de detenção de um hospital desde meados de dezembro.
"Estou preocupado com o seu estado de saúde", observou Jean -Noël Barrot, acrescentando que "França está muito apegada à liberdade de expressão, à liberdade de opinião".
O Governo francês declarou esta semana que é essencial manter o diálogo com a Argélia sobre vários assuntos, evitando responder às recentes críticas feitas a Paris pelo chefe de Estado argelino, Abdelmadjid Tebboune, nomeadamente em relação ao Saara Ocidental.
Nas mesmas declarações, a diplomacia francesa fez questão de recordar o compromisso firmado em agosto de 2022 pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, durante uma visita a Argel, para defender a vontade de França em manter as relações entre as duas nações, independentemente da elevada tensão entre Paris e Argel.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indicou que os dois países "partilham interesses e preocupações" em questões como a segurança regional, embora não se tenha referido ao Saara Ocidental, foco de renovadas tensões entre Paris e Argel depois de França ter reconhecido em julho que Marrocos tem soberania sobre a antiga colónia espanhola.
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