O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel confirmou hoje o incidente, dizendo que ajudou o ex-militar a sair em segurança do Brasil depois do que descreveu como "elementos anti-Israel" tentarem iniciar uma investigação na semana passada.
Na sequência de uma denuncia, um tribunal federal brasileiro emitiu uma ordem de investigação urgente contra o militar israelita por um possível crime de genocídio e crimes contra a humanidade.
A promotora da denúncia foi a Fundação Hind Rajab, que destacou que a ordem judicial é um "facto jurídico histórico" que conta com o apoio do Ministério Público e que representa "um passo crucial para a responsabilização pelos crimes cometidos" em Gaza.
A fundação disse que as autoridades brasileiras iniciaram a investigação sobre o israelita, que estava de férias no Brasil, depois de apresentar uma denúncia com base em imagens de vídeo, dados de geolocalização e fotografias que o mostram a participar na destruição de casas civis em Gaza.
Não houve até agora comentários das autoridades brasileiras, sendo que a imprensa brasileira avançou no sábado que a investigação foi ordenada por um juiz federal do Brasil. A decisão foi emitida em 30 de dezembro, mas divulgada pela imprensa local pela primeira vez no fim de semana.
Israel tem enfrentado fortes críticas internacionais devido à guerra em Gaza, com o Tribunal Penal Internacional a emitir mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o seu antigo ministro da Defesa.
O caso do Brasil levantou a perspetiva de que as tropas israelitas também poderiam enfrentar possíveis processos judiciais enquanto viajassem para o estrangeiro.
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