Vídeos divulgados pela imprensa mostram grupos de pessoas com os braços levantados, num evento realizado todos os anos e no qual se repetiram hoje as cenas em que apoiantes do fascismo se reúnem em formação militar e vestidos de preto em memória do chamado "massacre de Acca Larentia" há 47 anos.
A polícia anunciou que iniciou uma investigação para descobrir a identidade dos autores da "saudação romana", que em Itália é considerada uma apologia do fascismo e proibida por lei.
Segundo os meios de comunicação social, cerca de 1.300 pessoas de toda a Itália participaram no evento organizado pelo grupo de extrema-direita Casa Pound, e uma grande parte delas fez a saudação fascista.
Não é a primeira vez que há polémica no país sobre acontecimentos deste tipo, em que a extrema-direita nostálgica do fascismo fundado por Benito Mussolini se expressa publicamente nestes termos.
O evento recordou os assassínios de Franco Bigonzetti e Francesco Ciavatta, membros da Frente Juvenil do MSI, mortos a tiro na sede do movimento em 07 de janeiro de 1978.
Um terceiro militante, Stefano Recchioni, morreu posteriormente no mesmo dia durante confrontos com a polícia.
Estes acontecimentos sucedem mais de dois anos após o início do Governo de Giorgia Meloni, líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, que tem as suas raízes históricas no MSI, por sua vez criado por neofascistas após a Segunda Guerra Mundial.
Segundo os analistas, Meloni distanciou-se das expressões mais extremas do fascismo e apresenta-se como uma política conservadora, mas os seus críticos apontam que nunca condenou verdadeiramente o legado fascista.
Na sua juventude - como se viu num vídeo de 1996 - também elogiou abertamente o líder fascista Benito Mussolini
Leia Também: Contaminação por chumbo pode ter reduzido o QI no Império Romano