A declaração teve lugar após a aprovação, por unanimidade, de um acordo condenando as "declarações ingerencistas de um grupo de fascistas da ultradireita internacional que, sem convite, anunciaram que acompanharão a tomada de posse de Edmundo González na Venezuela", com o objetivo de desestabilizar o país.
Foram declarados ´personas non gratas´ os ex-presidentes Andrés Pastrana (a Colômbia), Vicente Fox e Felipe Calderón (ambos do México), Mário Abdo (do Paraguai), Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Balladares (ambos do Panamá), Jorge Quiroga (da Bolívia), Jamil Mahuad (do Equador) e Laura Chinchilla (da Costa Rica).
Para os parlamentares venezuelanos a possível visita destes antigos presidentes latino-americanos, prevista para 10 de janeiro, tem ainda o propósito de impedir a tomada de posse e o juramento do presidente constitucional Nicolás Maduro, proclamado "reeleito" pelo Conselho Nacional Eleitoral para um mandato de seis anos.
Durante a sessão, os parlamentares apelaram ao executivo para que estabeleça os mecanismos diplomáticos para "expulsar" os "fascistas" caso tentem entrar a território venezuelano.
Durante a sua intervenção, o presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, acusou os antigos presidentes latino-americanos de estarem envolvidos em crimes de "narcotráfico, criminalidade organizada, pedofilia e tráfico de pessoas.
Por outro lado, precisou que se os antigos presidentes ousarem entrar em território venezuelano devem ser "tratados como invasores, detidos e julgados", caindo sobre eles "todo o peso da lei".
Também o avião que os transporta, os membros da tripulação e os passageiros "têm de ser tratados como uma força estrangeira que está a tentar invadir o território aéreo, marítimo ou terrestre da República Bolivariana da Venezuela e tratados como tal", disse.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.
O próximo Presidente da Venezuela tomará posse na sexta-feira para um mandato de seis anos.
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