"Se este acordo irresponsável for aprovado e implementado, o partido Força Judaica deixará de fazer parte do Governo", ameaçou o governante de extrema-direita em conferência de imprensa em Jerusalém.
No entanto, assegurou que o seu partido, sob a sua liderança, não derrubará o Governo chefiado por Benjamin Netanyahu e não agirá com a esquerda contra o executivo.
"Para a libertação dos reféns, é necessário interromper completamente a ajuda humanitária enviada para Gaza", defendeu: "Só com esta condição o Hamas libertará os nossos reféns sem pôr em risco a segurança de Israel".
Após mais de 15 meses de guerra que devastou a Faixa de Gaza, o Governo israelita deverá reunir-se na sexta-feira para votar o acordo de tréguas com o grupo islamita palestiniano Hamas, alcançado após mediação do Qatar com apoio dos Estados Unidos e do Egito.
O acordo, de três fases, prevê inicialmente a libertação de 33 reféns em posse do Hamas em troca de várias centenas de palestinianos detidos por Israel.
"Se a guerra contra o Hamas for retomada com força para atingir os objetivos da guerra que não foram alcançados, regressaremos ao Governo", disse Ben Gvir, apelando ao ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, de extrema-direita e que também se opõe a este acordo, para deixar igualmente o Governo.
O partido de Smotrich anunciou hoje que permaneceria no governo durante a primeira fase do acordo, mas retirar-se-ia se a guerra não recomeçasse após os 42 dias da primeira fase do acordo.
Em qualquer circunstância, Netanyahu tem garantida a maioria dos votos no executivo para aprovar o acordo de cessar-fogo.
O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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