A equipa de investigação "apresentou um mandado de captura para o suspeito Yoon junto do tribunal", declarou o Gabinete de Investigação da Corrupção de Altos Funcionários (CIO, na sigla original) num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Yoon é acusado de conspirar com o antigo ministro da Defesa Kim Yong-hyun para incitar a um motim e perturbar a ordem constitucional, ao ter declarado a lei marcial em 03 de dezembro, segundo a agência sul-coreana Yonhap.
A lei marcial esteve em vigor durante cerca de seis horas, depois de o parlamento a ter rejeitado e obrigado o presidente a anular a sua própria ordem.
A imposição da lei marcial desencadeou a mais grave crise política da Coreia do Sul desde a democratização do país asiático no final da década de 1980.
Os investigadores solicitaram três vezes a Yoon que se apresentasse como suspeito para ser interrogado.
Face à ausência de resposta, um tribunal emitiu um mandado de captura em nome de Yoon, o que aconteceu pela primeira vez na Coreia do Sul a um presidente em funções, embora suspensas.
Após duas tentativas de execução do mandado, Yoon foi detido na quarta-feira na residência presidencial em Seul.
Yoon foi interrogado pela primeira vez durante mais de 10 horas no dia da detenção, mas não respondeu às perguntas nem assinou qualquer documento relacionado com o processo, segundo a Yonhap.
No início do inquérito, limitou-se a dizer que a lei marcial era um direito constitucional do presidente e que avaliou as várias condições para a decretar, não cabendo a um juiz ou ao procurador decidir sobre essas condições.
Posteriormente, solicitou ao tribunal que revisse a legitimidade da detenção, alegando tratar-se de um ato ilegal, mas o pedido foi indeferido, ainda de acordo com a Yonhap.
Yoon voltou hoje a não comparecer perante os investigadores, permanecendo detido no Centro de Detenção de Seul, em Uiwang, perto das instalações do CIO.
"O presidente não comparecerá hoje perante a acusação porque explicou suficientemente a sua posição aos investigadores no primeiro dia de interrogatório", declarou a equipa jurídica de Yoon num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Yoon permanecerá sob custódia enquanto um tribunal de Seul delibera se o deve colocar sob prisão formal.
Caso isso aconteça, os investigadores podem prolongar a detenção do dirigente conservador por mais 20 dias, de acordo com a agência norte-americana AP.
Se for condenado por insurreição, Yoon, que está proibido de sair do país, poderá enfrentar a prisão perpétua ou mesmo a pena de morte, embora esteja em vigor uma moratória há quase 40 anos sobre a não-execução da pena capital.
Paralelamente à investigação criminal, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul tem em curso um processo para decidir sobre a validade da destituição do presidente pelo parlamento, aprovada em 14 de dezembro.
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