Japão mantém cooperação com Moçambique mas pede estabilidade e diálogo

O governo japonês, um dos principais financiadores de projetos em Moçambique, garantiu hoje que vai manter a cooperação com o país, pedindo ao executivo moçambicano uma rápida estabilização da segurança e "diálogo" entre todas as partes.

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Lusa
17/01/2025 15:31 ‧ há 5 horas por Lusa

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Moçambique

"O Japão tenciona continuar a cooperação com Moçambique para a prosperidade dos povos de ambos os países, com base na amizade de longa data", refere-se numa declaração do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, Kitamura Toshihiro, citado numa nota divulgada pela Embaixada nipónica em Maputo.

 

"O Japão espera que o novo Governo de Moçambique garanta uma situação de segurança estável o mais rapidamente possível e promova ainda mais a política democrática, promovendo diálogo entre todas as partes interessadas", acrescenta-se, a propósito da investidura, quarta-feira, de Daniel Chapo como quinto Presidente de Moçambique.

O processo em torno das eleições gerais de 09 de outubro ficou marcado por consecutivas manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados, que degeneraram em violência, saques e destruição de infraestruturas públicas e privadas, com registo de mais de 300 mortos e acima de 600 pessoas baleadas.

O Japão anunciou anteriormente que vai doar mais de 50 milhões de euros para projetos em Moçambique, conforme acordos assinados em março de 2024 em Maputo, o primeiro país a implementar o novo modelo de cooperação internacional definido pelo Governo japonês.

"Esta cooperação, em que projetos em diferentes domínios são executados sob a forma de um pacote, foi apresentada na nova Carta de Cooperação para o Desenvolvimento aprovada pelo Conselho de Ministros no ano passado. Moçambique será o primeiro país onde o Governo japonês irá implementar esta nova forma de cooperação", anunciou na altura o embaixador do Japão em Maputo, Hamada Keiji.

O Governo moçambicano e representantes do Japão, incluindo o embaixador Hamada Keiji, assinaram na mesma ocasião três acordos de doação na forma de "troca de notas", que estabelecem o fornecimento de viaturas às forças policiais de Moçambique e para a melhoria do combate ao terrorismo em Cabo Delgado, bem como o projeto da central elétrica de Nacala, totalizando 55,1 milhões de dólares (53,5 milhões de euros).

"A província de Cabo Delgado, que é alvo dos projetos assinados hoje, tem um dos maiores projetos de desenvolvimento de GNL [Gás Natural Liquefeito] no continente africano, no qual as empresas japonesas também estão a investir. O projeto contribuirá para a estabilidade e crescimento de Moçambique e, por extensão, para o fornecimento estável de energia ao Japão e ao mundo. Por isso, melhorar a segurança em Cabo Delgado é um dos desafios mais importantes, não só para Moçambique, mas também para o mundo", enfatizou o embaixador japonês.

Já o projeto de fornecimento de viaturas à Polícia da República de Moçambique (PRM) e ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) estava orçado em 2,51 milhões de dólares e vai "aumentar a capacidade das forças policiais de Cabo Delgado", norte do país, "para combater o terrorismo", explicou a Embaixada nipónica.

Sobre o projeto da Central Elétrica de Nacala, cujo primeiro acordo de financiamento foi assinado em 2019, foi rubricada na mesma altura uma adenda, no valor de 45,9 milhões de dólares, financiados pela Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), que "ajudará a colmatar o défice de curto prazo entre a oferta e a procura de eletricidade" no país, além de "estabilizar o seu fornecimento na região do corredor de Nacala".

O terceiro acordo, no valor de 6,68 milhões de dólares, permitirá ao Escritório das Nações Unidas sobre as Drogas e Crime (ONUDC) fornecer um apoio "mais abrangente para melhorar a capacidade das autoridades policiais e investigativas" na prevenção, investigação, acusação e julgamento de crimes de terrorismo em terra e no mar.

Leia Também: Ajuda alimentar é prioridade para a ONU devido a ciclone em Moçambique

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