Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a reunião começou à noite em Israel (menos duas horas em Lisboa), apesar do início do Shabat, o dia de descanso judaico.
O Gabinete de Segurança do Governo de Israel deu hoje luz verde ao acordo de tréguas com o Hamas, que prevê a troca de 33 reféns detidos na Faixa de Gaza por centenas de palestinianos em cadeias israelitas.
"Após ter examinado todos os aspetos políticos, de segurança e humanitários do acordo proposto, e considerando que este apoia a realização dos objetivos de guerra", o Gabinete de Segurança "recomendou que o Governo aprove este projeto", de acordo com um comunicado da equipa de Netanyahu.
No seguimento do aval do Gabinete de Segurança no início do dia, o acordo final do Conselho de Ministros não parece estar em dúvida, apesar da oposição da ala de extrema-direita do executivo.
O acordo foi anunciado na quarta-feira pelos mediadores Qatar e Estados Unidos, depois de mais de 15 meses de guerra, mas o Exército israelita continua os seus ataques aéreos em território palestiniano, provocando mais de uma centena de mortos desde quarta-feira, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas.
O fim definitivo das hostilidades será negociado durante a primeira fase do entendimento, que prevê ter início no domingo, com a suspensão dos combates e libertação dos primeiros prisioneiros, e que se prolonga por 42 dias.
As famílias dos reféns foram informadas e estavam em curso os preparativos para os receber.
Segundo duas fontes próximas do Hamas citadas pela agência France Presse (AFP), o primeiro grupo deverá ser incluir três mulheres israelitas.
Em troca, Israel concordou "libertar vários prisioneiros importantes", adiantou uma das fontes.
As autoridades israelitas designaram hoje 95 prisioneiros que poderão ser libertados no domingo, a maioria dos quais mulheres e menores, e muitos deles detidos já depois de 07 de outubro de 2023, data do início da guerra.
O acordo, resultado de negociações prolongadas e intensas, foi divulgado antes do regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, previsto para segunda-feira.
Além das libertações iniciais de reféns, a primeira fase inclui, de acordo com o Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, "um cessar-fogo total" e uma retirada israelita de áreas densamente povoadas, bem como o aumento da ajuda humanitária ao enclave destruído.
A segunda fase deverá permitir a libertação dos últimos reféns, antes da terceira e última etapa dedicada à reconstrução da Faixa de Gaza e à restituição dos corpos dos reféns que morreram no cativeiro do Hamas.
Na primeira fase serão negociados os termos da segunda, nomeadamente "o fim definitivo da guerra", segundo o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani.
O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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