Os camiões aguardavam nas proximidades do território palestiniano a entrada em vigor da trégua para poderem levar ajuda aos sobreviventes, explicou o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários e coordenador de Emergências.
"Não há tempo a perder. Após 15 meses de guerra sem tréguas, as necessidades humanitárias são alarmantes", disse Tom Fletcher.
Fletcher admitiu que a distribuição de ajuda humanitária enfrenta enormes desafios logísticos, principalmente as montanhas de escombros e munições não detonadas espalhadas por Gaza.
A segurança dos trabalhadores humanitários que entregam ajuda é, por isso, uma prioridade, sublinhou o dirigente.
Fletcher apelou aos "países com influência sobre as partes" -- Israel e o Hamas - para garantirem que a ajuda vital chega àqueles que realmente precisam.
A maioria dos camiões de ajuda está carregada com alimentos não perecíveis, como arroz, legumes, massa e óleo alimentar, bem como garrafões de água, mantimentos como cobertores e edredões, material médico e combustível, especificaram fontes egípcias.
Após 15 meses de guerra na Faixa de Gaza, um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor com quase três horas de atraso, às 09:15 (hora de Lisboa) de domingo.
O território palestiniano - bombardeado intensamente pelo exército israelita desde 7 de outubro de 2023, dia do ataque do movimento islamita Hamas em território israelita - vive uma crise humanitária sem precedentes.
Grande parte das infraestruturas, nomeadamente as de saúde, foi destruída ou danificada.
De acordo com o presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, a primeira fase do acordo inclui também uma retirada israelita das zonas densamente povoadas de Gaza e um aumento da ajuda humanitária ao território, que está ameaçado pela fome, segundo a ONU.
As autoridades egípcias declararam que o acordo prevê "a entrada de 600 camiões de ajuda por dia", incluindo 50 com combustível.
Metade dos camiões deve chegar ao norte de Gaza, a zona do enclave palestiniano mais afetada pela guerra de Israel.
Leia Também: Após cessar-fogo, imagens de drone mostram a destruição na Faixa de Gaza
