Merz, o candidato a chanceler da União Democrata-Cristã e da União Social-Cristã (CDU/CSU) e favorito em todas as sondagens, afirmou hoje, em declarações à estação de rádio Deutschlandfunk, que a Alemanha tem de conseguir, nos próximos anos, que as despesas militares se situem entre 2,0 % e 4,0 % do produto interno bruto (PIB).
Os partidos democráticos alemães concordam com o aumento das despesas com a defesa. Após o início da guerra na Ucrânia, a Alemanha atingiu, pela primeira vez em anos, 2,0% do PIB, o objetivo fixado pela NATO.
O candidato dos Verdes a chanceler, Robert Habeck, nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro considera que o objetivo deveria ser 3,5% do PIB.
No entanto, enquanto os outros partidos defendem que, para aumentar as despesas militares, é preciso reformar o chamado travão da dívida - que estipula que o défice não pode ultrapassar 0,35% do PIB - para permitir novos empréstimos, a CDU/CSU considera que o financiamento deve ser feito com cortes.
"O plano não é relaxar o travão da dívida, temos de trabalhar com o dinheiro que temos", considerou Merz.
"É necessária uma reforma total do sistema de proteção social e medidas para garantir que menos refugiados venham para o país", acrescentou.
Além disso, Merz afirmou que, para dispor de mais recursos, é necessário um relançamento da economia alemã, em recessão pelo segundo ano consecutivo.
"Temos de regressar a taxas de crescimento de 1-2%", afirmou.
Em 2024, a economia alemã registou uma contração de 0,2%, de acordo com o Serviço Federal de Estatística.
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