"Saúdo o chefe do Estado-Maior, general Herzi Halevi. Agora, é altura de assumirem as suas responsabilidades e demitirem-se o primeiro-ministro e todo o seu Governo desastroso", afirmou Yair Lapid nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.
Halevi anunciou que cessará funções em 06 de março, quando concluir as investigações sobre o ataque do grupo extremista palestiniano contra Israel, que desencadeou uma guerra de 15 meses, interrompida no domingo por um acordo de cessar-fogo.
Na carta de demissão, Halevi assumiu que as forças armadas, sob o seu comando, "falharam na missão de defender o Estado de Israel" ao não terem evitado o ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023.
O ataque sem precedentes dos extremistas palestinianos, lançado a partir da Faixa de Gaza, causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em retaliação, o exército israelita lançou uma ofensiva de grande envergadura na Faixa de Gaza que em 15 meses provocou mais de 47.000 mortos, segundo o governo controlado pelo Hamas.
Na carta de demissão, Halevi também admitiu que os objetivos da guerra "não foram todos alcançados" na Faixa de Gaza, face ao Hamas.
"O exército continuará a lutar pelo desmantelamento do Hamas e da sua capacidade de poder", bem como "pelo regresso dos reféns", acrescentou, citado pela AFP.
Os desenvolvimentos políticos em Israel acontecem no dia em que as forças de segurança lançaram uma operação no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada.
Netanyahu disse tratar-se de uma operação antiterrorista denominada "Muro de Ferro".
A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) anunciou que foram mortas oito pessoas, mais duas do que o balanço anterior, e alertou que o número de vítimas poderá ser superior.
"Já são oito os mártires e mais de 35 os feridos em consequência da agressão da ocupação [Israel] em Jenin", declarou o Ministério da Saúde palestiniano num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Em resposta ao anúncio da ofensiva, o Hamas apelou aos palestinianos e aos seus milicianos para que respondam ao exército israelita.
"Apelamos às massas do nosso povo na Cisjordânia e à sua juventude revolucionária para que se mobilizem e intensifiquem os confrontos contra o exército de ocupação em todos os pontos, e para que trabalhem para impedir a extensa agressão sionista contra a cidade de Jenin", afirmou o grupo em comunicado.
O campo de refugiados de Jenin, onde vivem cerca de 14.000 pessoas, é um dos pontos históricos da resistência palestiniana armada na Cisjordânia.
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