ACNUR apela para "regresso sustentável" de refugiados

O alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, apelou hoje no Líbano para o "regresso sustentável" dos sírios ao seu país, após a queda do regime de Bashar al-Assad no início de dezembro.

Notícia

© Reuters

Lusa
23/01/2025 20:02 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Síria

Segundo as autoridades de Beirute, o Líbano alberga quase dois milhões de sírios (cerca de 800 mil estão registados nas Nações Unidas), o maior número de refugiados 'per capita' do mundo.

 

"A minha visita faz parte de uma viagem regional que visa identificar as formas mais eficazes de apoiar o regresso dos refugiados sírios", declarou Grandi, após o seu encontro com o novo Presidente libanês, Joseph Aoun.

O alto-comissário saudou "um momento de esperança para o Líbano e para a região" após a queda de Bashar al-Assad, deposto por uma coligação de grupos armados rebeldes após 13 anos de guerra civil.

"Os acontecimentos recentes abrem caminho para uma resolução desta prolongada crise humanitária", defendeu Grandi, destacando a necessidade do "regresso sustentável" dos refugiados que se encontram no vizinho Líbano.

O regresso dos sírios, advertiu, exigirá "uma segurança reforçada, maior estabilidade política, respeito pelos direitos de todas as comunidades na Síria, bem como apoio internacional para a reconstrução" do país devastado pela guerra.

Durante o encontro, Joseph Aoun apelou ao regresso dos refugiados sírios ao seu país "o mais rapidamente possível" e pediu que o ACNUR "comece a organizar comboios de regresso", segundo a presidência libanesa.

O ACNUR registou mais de 200 mil refugiados sírios que regressaram ao seu país desde a deposição de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro passado.

"Há apenas alguns meses, menos de 2% dos refugiados sírios na região planeavam regressar à Síria em 12 meses. Este número aumentou para cerca de 30% desde a queda do regime sírio", acrescentou.

Filippo Grandi anunciou ainda que vai viajar para a Síria para "se reunir com as novas autoridades e discutir a possibilidade de um maior número de refugiados regressarem dos países vizinhos".

A guerra na Síria, que começou em 2011 com a repressão sangrenta aos protestos contra o regime, fez mais de meio milhão de mortos e milhões de deslocados e refugiados.

As novas autoridades de Damasco são dominadas pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), que em 08 de dezembro, na liderança de uma coligação de grupos armados rebeldes, expulsou o regime de Bashar-al Assad.

Na semana passada, o novo líder da Síria, Ahmed Hussein al-Charaa, afirmou esperar que 14 milhões de refugiados regressem ao país nos próximos dois anos.

"Tenho a certeza de que, nos próximos dois anos, dos 15 milhões de sírios no exílio, apenas um milhão ou 1,5 milhões permanecerão no estrangeiro", disse Charaa.

Ahmed Hussein al-Charaa, também conhecido como Abu Mohamed al-Jolani, é o chefe do grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS) que derrubou Assad e atual líder 'de facto' da Síria.

O Líbano, por seu lado, viveu um período de alta instabilidade devido ao conflito iniciado em outubro de 2023 entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, e que levou a que mais de meio milhão de pessoas, na maioria sírios, cruzassem a fronteira para a Síria ainda em guerra e antes da queda de Assad.

Os confrontos estão suspensos desde 27 de novembro por um cessar-fogo que expira no domingo.

Leia Também: 200 mil refugiados regressaram desde à Síria a 'queda' de al-Assad

Leia Também: Encerramento de fronteiras venezuelanas expõe refugiados a riscos

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas