Equador vai vender o seu petróleo como alternativa ao venezuelano

O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou hoje que vai vender até 250 mil barris por dia de petróleo equatoriano como alternativa aos países que compram petróleo venezuelano, caso sejam impostas sanções contra o governo de Maduro.

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© Getty Images/Andres Yepez

Lusa
29/01/2025 06:45 ‧ ontem por Lusa

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Equador

Daniel Noboa anunciou uma série de medidas, que incluem declarar o Tren de Aragua, o maior gangue da Venezuela, como grupo terrorista, depois de se ter reunido em Quito com o líder da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia, que afirma ser o "presidente legítimo" da Venezuela.

 

"Chegou a altura de não nos limitarmos a condenar. É preciso agir, e agir com firmeza, tal como agem as pessoas que ameaçam a democracia", afirmou Noboa, que ratificou a sua "posição indeclinável de defesa da institucionalidade democrática da Venezuela" contra o "regime ilegítimo e ditatorial de Nicolás Maduro".

"Em caso de sanções contra o regime ditatorial de Nicolás Maduro, o Equador está disposto a vender 250.000 barris de petróleo por dia aos países que atualmente compram petróleo à Venezuela. Dessa forma, o financiamento do regime ditatorial será interrompido", anunciou Noboa no seu discurso.

O Equador produz atualmente cerca de 475 mil barris de petróleo por dia, dos quais aproximadamente 70% são destinados à exportação.

A decisão de Noboa de declarar o Tren de Aragua uma organização terrorista está em consonância com a recente decisão do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que o fez na semana passada.

Da mesma forma, o governo de Noboa é conhecido por classificar os grupos criminosos que operam no Equador como grupos terroristas, desde que declarou um "conflito armado interno" no país no início de 2024, a fim de reprimir a onda de violência criminosa que afeta o país.

Noboa também concordou com González Urrutia em assinar "um acordo para compartilhar dados e poder combater o tráfico de drogas, a mineração ilegal e o tráfico de pessoas", entre outros crimes transnacionais.

González Urrutia encontrou-se com Noboa no Palácio Presidencial Carondelet, em Quito, onde centenas de venezuelanos que vivem no Equador e que simpatizam com a oposição se reuniram no exterior para manifestar o seu apoio.

O líder da oposição chegou ao Equador no âmbito do périplo internacional que realizou depois de ter recebido asilo em Espanha, correndo o risco de ser detido na Venezuela por não aceitar os resultados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Maduro vencedor sem publicar os resultados como estabelecido no seu calendário.

A oposição maioritária na Venezuela, agrupada na Plataforma Democrática Unitária (PUD), insiste que González Urrutia foi o vencedor das eleições e apresenta como prova 85% das atas eleitorais, que foram publicadas num site para consulta e que o governo de Maduro qualifica como falsas.

Durante a sua visita à capital equatoriana, onde foi recebido com honras de chefe de Estado, González Urrutia foi acompanhado pela sua mulher, Mercedes Lopez, e foi condecorado por Noboa com a Ordem Nacional de Mérito, uma das principais distinções do governo equatoriano.

Noboa afirmou que "os valores e os ideais do Presidente González são partilhados com o Equador, onde encontrará um apoio sólido e determinado para restabelecer a democracia e derrubar as forças obscuras da ditadura".

"O meu governo continuará a manter a sua posição inabalável de defesa das instituições democráticas da Venezuela. Condenámos o regime ilegítimo e ditatorial de Nicolás Maduro por desrespeitar o Estado de direito e por subjugar o pronunciamento popular feito nas urnas em 28 de julho de 2024", observou.

Por seu lado, González Urrutia voltou a afirmar ser o "presidente legítimo" da Venezuela, onde sublinhou que "continua a reinar um regime que se agarra ao poder através de métodos brutais, ao ponto de suprimir os últimos vestígios de democracia".

O anti-chavista considerou que "o regime de Maduro fundiu a autocracia com o crime organizado, infligindo um sofrimento sem precedentes na história recente".

Agradeceu ao Equador por acolher atualmente cerca de 475.000 venezuelanos, "que, deslocados por esta tragédia, encontraram refúgio nesta terra".

"Este ato de reconhecimento não é apenas um gesto diplomático, mas um gesto de verdade, de justiça e de verdade no nosso continente", concluiu.

Leia Também: Vice-presidente do Equador acusada de usurpação e retenção ilegal de poder

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