Meio milhão de palestinianos regressaram ao norte de Gaza

As autoridades palestinianas, controladas pelo Hamas, elevaram hoje para 500 mil o número de palestinianos deslocados que regressaram ao norte da Faixa de Gaza desde segunda-feira, 72 horas depois de Israel ter desbloqueado o acesso de Netzarim.

Notícia

© YOUSSEF ALZANOUN/Middle East Images/AFP via Getty Images

Lusa
29/01/2025 13:47 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Mais de meio milhão de pessoas deslocadas do nosso grande povo palestiniano regressaram nas últimas 72 horas das províncias do sul e centro para as províncias do norte e Gaza, através das estradas de Rashid e Salah al Din", avançaram as autoridades em comunicado.

 

O regresso dos palestinianos, a maioria dos quais percorre a pé o corredor Netzarim, que atravessa a Faixa no seu centro, acontece após "470 dias de deslocação forçada, desde o início da guerra genocida cometida pelo exército de ocupação na Faixa de Gaza", acrescentaram.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estimava, na terça-feira à noite, que 376.000 habitantes de Gaza já tinham chegado ao norte sitiado da Faixa, que inclui a Cidade de Gaza e as cidades de Yabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun (conhecida como a província do Norte).

Esta foi uma das áreas mais afetadas pelo exército israelita, tanto no início como nos últimos meses antes da entrada em vigor do cessar-fogo, a 19 de janeiro.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram as zonas para onde se dirigem milhares de deslocados, completamente destruídas e, segundo o OCHA, as avaliações no campo revelam níveis muito elevados de destruição de infraestruturas de água e saneamento, particularmente no norte de Gaza".

"Há uma necessidade crítica de intensificar os esforços de reabilitação e reparação para satisfazer as necessidades humanas básicas", afirmou a agência da ONU no seu último relatório.

Israel justificou os seus ataques nesta zona argumentando que as milícias palestinianas estavam a reagrupar-se.

Muitas das pessoas deslocadas que chegam ao norte começaram a montar tendas de campanha perto das suas casas destruídas, dizem hoje os jornais locais.

O regresso dos palestinianos ao norte da Faixa de Gaza tornou-se possível na sequência de um cessar-fogo entre as partes, alcançado com a ajuda do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos e que implica a troca de reféns israelitas por presos palestinianos.

No entanto, foi a libertação de um refém civil israelita que aliviou a primeira grande crise do cessar-fogo, já que Israel considerou que o Hamas estava a violar o acordo ao entregar militares antes de civis.

O governo do Hamas avisou na segunda-feira que a população do norte precisa "imediata e urgentemente" de 135 mil tendas, dada a devastação na área, para onde se dirigem dezenas de milhares de pessoas deslocadas pela guerra.

O apelo foi dirigido à comunidade e às organizações internacionais, à ONU e aos países árabes, tendo sido pedido que facilitem o acesso da população aos bens básicos.

A guerra começou a 07 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou território israelita matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, e fazendo 250 reféns.

Israel retaliou com todas as suas forças, prometendo erradicar o Hamas e obrigando 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza a deslocar-se, muitos deles várias vezes, até ficarem restringidos a acampamentos, quase sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

Leia Também: Pelo menos 58 palestinianos detidos em Gaza morreram nas prisões israelitas

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas