Israel acusa UNRWA de estar cheia de membros do Hamas

Israel acusou hoje a agência das Nações Unidas para os refugiados (UNRWA) de estar cheia de combatentes do grupo palestiniano Hamas, segundo um porta-voz do Governo israelita, que mandou a entidade abandonar os seus escritórios em Jerusalém na quinta-feira.

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Lusa
29/01/2025 15:33 ‧ ontem por Lusa

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Médio Oriente

"A UNRWA está cheia de membros do Hamas, não só os 19 que a UNRWA está a investigar sem grande entusiasmo, mas também centenas de funcionários", acusou David Mencer em conferência de imprensa, acrescentando: "A UNRWA é o Hamas".

 

O porta-voz afirmou que a UNRWA emprega mais de 1.200 membros do Hamas, "incluindo terroristas que levaram a cabo o massacre de 07 de outubro" de 2023, data do ataque do grupo islamita palestiniano no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, desencadeando a guerra na Faixa de Gaza.

"Isto não é ajuda, é apoio financeiro direto ao terrorismo", prosseguiu Mencer, insistindo que, "se um estado financia a UNRWA, esse estado financia terroristas".

Na terça-feira, o embaixador israelita na ONU reafirmou que o seu país cessaria todos os contactos com a agência e "qualquer pessoa que agisse em seu nome" a partir de quinta-feira, uma decisão apoiada pelos Estados Unidos, mas que, para as Nações Unidas, põe em perigo "o futuro dos palestinianos."

A UNRWA deve desocupar todas as suas instalações em Jerusalém, incluindo Jerusalém Leste anexada por Israel, afetando em concreto escolas e centros de saúde.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou esta decisão unilateral, que considerou "manifestamente irracional e contraditória com as obrigações internacionais de Israel".

Face às acusações de Israel, a anterior administração norte-americana de Joe Biden suspendeu as contribuições financeiras para a UNRWA, mas defendeu a continuação das suas operações.

A embaixadora interina dos Estados Unidos em Nova Iorque, Dorothy Shea, apoiou, no entanto, a "decisão soberana" de Israel.

"A implicação de que isto irá interromper todas as operações humanitárias é irresponsável e perigosa", sustentou, afirmando que a UNRWA "não é nem nunca foi a única opção para a ajuda humanitária".

A ONU e muitos Estados-membros, pelo contrário, repetem que não há alternativa a uma agência que descrevem como a "espinha dorsal" da ajuda humanitária na devastada Faixa de Gaza.

"O ataque implacável à UNRWA põe em risco as vidas e o futuro dos palestinianos em todo o território palestiniano ocupado", alertou o responsável da agência, Philippe Lazzarini.

No final de janeiro de 2024, as autoridades israelitas acusaram 12 funcionários da UNRWA de estarem envolvidos no ataque de 07 de outubro levado a cabo pelo Hamas, levantando uma onda de críticas contra a agência.

Posteriormente, foram adicionados outros sete nomes à lista.

As acusações levaram os principais doadores a suspender temporariamente o financiamento da agência, com mais de 30 mil funcionários, incluindo 13 mil na Faixa de Gaza, que ajudam 5,9 milhões de palestinianos na região.

Uma investigação interna da ONU em agosto apurou que nove dos seus funcionários "podem ter estado envolvidos" nos ataques.

Num caso, "não foram obtidas provas (...) para apoiar as acusações" e relativamente a outros nove as provas "foram insuficientes".

Ao fim de 15 meses de guerra, Israel e Hamas acordaram um cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro por um período de 42 dias.

Ao longo desta primeira fase, o Hamas deverá libertar 33 reféns e Israel centenas de prisioneiros palestinianos e permitir o reforço da entrada de ajuda humanitária no enclave.

A segunda e terceira fase serão negociadas durante a vigência da primeira.

Segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a operação militar em grande escala de Israel na Faixa de Gaza já custou a vida a cerca de 47 mil pessoas, na maioria civis.

Leia Também: UE reunida em Bruxelas para discutir sanções russas e Médio Oriente

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