O Governo israelita revelou que Arbel Yehud, Agam Berger e Gadi Moses serão os três reféns israelitas libertados, na quinta-feira, pelo Hamas. Enquanto a jovem Arbel Yehud, de 29 anos, e Gadi Moses, de 80 anos, são civis, Agam Berger, apesar de só ter 19 anos, já é soldado e monitorizava as atividades das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) quando foi raptada.
Além destes três reféns israelitas serão também libertados cinco cidadãos tailandeses. No entanto, o nome dos reféns tailandeses ainda não foi divulgado por ter de se contactar primeiro as respetivas famílias.
De acordo com os detalhes do acordo de cessar-fogo, Israel libertará 50 prisioneiros palestinianos por cada mulher soldado israelita. Fique a par do que se sabe, para já, sobre estes três reféns.
Arbel Yehud, a refém que fragilizou o acordo entre Israel e Hamas
Arbel Yehud é a refém israelita que esteve no centro de uma crise que pôs em causa o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. A jovem de 29 anos deveria fazer parte dos dois primeiros grupos de reféns libertados, a 19 e 25 de janeiro, mas acabou por não ser, mesmo depois de Israel exigir que as mulheres civis fossem libertadas antes das militares em cativeiro, quatro das quais foram libertadas no sábado.
Yehud foi raptada, na altura com 28 anos, juntamente com o companheiro, Ariel Cunio, durante o ataque de 7 de outubro de 2023, quando estava em casa, em Nir Oz, uma aldeia no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza. O rapaz ainda permanece na Faixa de Gaza.
Israel acredita que Yehud é a única refém civil que está viva.
O irmão da refém, Dolev Yehud, esteve desaparecido durante meses e pensava-se que também tinha sido raptado. Mais tarde, comprovou-se que nunca chegou a entrar na Faixa de Gaza. Em junho do ano passado as autoridades israelitas declararam-no morto depois de os restos mortais terem sido identificados em Nir Oz.
Agam Berger, a soldado adolescente que desobedeceu ao Hamas
Agam Berger, de 19 anos, é natural da cidade de Holon, em Israel, e uma das cinco responsáveis por monitorizar as atividades das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) que foram levadas do posto militar de Nahal Oz para a Faixa de Gaza a 7 de outubro e permanecem em cativeiro.
As duras imagens do rapto, captadas pelas câmaras que estavam nas roupas dos terroristas, foram divulgadas pela família. Desde então, a única imagem divulgada da adolescente mostra-a sentada com ferimentos, no chão, a usar uma camisola vermelha e ao lado de outras três militares na Faixa de Gaza.
A mãe, Merav, contou que a rapariga nem era para ter sido colocada naquele posto militar, mas sim em Kerem Shalom.
"No último momento mudaram-na para Nahal Oz. Na quinta-feira ela foi para a base. No dia seguinte, durante o primeiro diaem Nahal Oz, foi violentamente raptada", contou a mãe ao jornal diário israelita Israel Hayom.
A refém passou grande parte do cativeiro com outras quatro colegas: Liri Albag, Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy, que foram libertadas a 25 de janeiro. Agam ficou para trás. A decisão terá sido arbitrária. Uma das colegas até pediu para ficar com a adolescente, mas o Hamas recusou.
"Esperámos. Tínhamos esperança. Estamos felizes pelas soldados que ganharam a sua liberdade, que puderam abraçar as suas famílias. Estamos muito felizes por elas e vamos esperar pela nossa vez. Já me estou a imaginar no abraço de Agam", confessou a irmã gémea, Li-Yam, ao mesmo jornal israelita.
Sabe-se que, durante estes meses como refém, Agam Berger desobedeceu ao Hamas quando os raptores a obrigaram a não cumprir o shabbat, o dia de descanso semanal no judaísmo em que é proibido trabalhar.
Gadi Moses, o avô que é um agrónomo de renome internacional
Gadi Moses foi levado quando estava à porta de casa, a 7 de outubro, e celebrou o 80.º aniversário em cativeiro, na Faixa de Gaza, em março do ano passado.
A ex-mulher, Margalit Moses, foi raptada no mesmo dia, mas libertaram-na a 24 de novembro, após 49 dias como refém. Já a mulher que tinha como atual companheira, Efrat Katz, foi morta pelo Hamas.
A filha e dois netos também foram raptados, mas saíram em liberdade na sequência do primeiro acordo de reféns.
A família soube que o homem de 80 anos estava vivo em dezembro de 2023, quando foi divulgado um vídeo de dois reféns. Um deles era Gadi Moses, que apelou ao governo israelita para negociar a libertação. O outro era Elad Katzir, que entretanto foi assassinado. O corpo foi resgatado por soldados da IDF em abril do ano passado.
No ano passado, a neta, Shani, foi a Nova Iorque, nos Estados Unidos, pela primeira vez, com o pai, Yair Moses, para sensibilizarem as pessoas para a situação do avô, que na altura completava cem dias de cativeiro.
"A minha esperança é que ele se mantenha forte. Sei que o meu avô é uma pessoa muito forte", afirmou, na altura, Shani Moses, ao jornal The Jerusalem Post.
Como agrónomo de renome internacional, Gadi Moses tem experiência em gestão de águas residuais e culturas arvenses, como cereais. Também trabalhou como ativista, ajudando a defender a paz e os direitos dos palestinianos.
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