Os ataques ocorreram segunda-feira à noite em aldeias de Djaiba, na província de Ituri, disse à agência de notícias Associated Press (AP) o líder de um campo de deslocados no local, Antoinnette Nzale, que acrescentou que o número de vítimas é possivelmente maior, uma vez que os corpos continuam a ser retirados das casas incendiadas.
"A maioria das vítimas eram pessoas deslocadas que foram mortas com catanas e armas de fogo", disse Mumbere David, um residente de Djaiba, à AP por telefone.
A CODECO é uma associação informal de grupos de milícias, principalmente da comunidade agrícola de etnia lendu.
Os ataques do grupo mataram cerca de 1.800 pessoas e feriram mais de 500 entre 2018 e 2022, de acordo com o Centro Africano para o Estudo e Investigação do Terrorismo.
Em setembro, os combatentes da CODECO mataram pelo menos 20 civis em Djugu, o mesmo território atacado na noite de segunda-feira.
A violência tem vindo a aumentar em todo o leste da RDCongo - país vizinho de Angola -, onde o conflito se arrasta há décadas. As Nações Unidas afirmaram que alguns dos ataques podem constituir crimes de guerra e contra a humanidade.
Mais de 120 grupos armados lutam na região, a maioria por terras e pelo controlo de minas com minerais valiosos, enquanto alguns tentam proteger as suas comunidades.
Esta conjuntura foi agravada em 26 de janeiro quando o Movimento 23 de Março, apoiado pelo Ruanda, tomou Goma, a capital da província de Kivu do Norte, que fica a cerca de 350 quilómetros a sul da província de Ituri.
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