"Temos de garantir que estas negociações são conduzidas de forma a que o resultado não seja visto como uma derrota para o Ocidente", declarou Rutte, numa conferência de imprensa depois de uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica.
O responsável insistiu na necessidade de garantir que o acordo de paz negociado para o conflito prestes a completar três anos seja duradouro e que não siga os pactos de Minsk para tentar pôr fim ao conflito na sequência da ocupação russa da península ucraniana da Crimeia e de Sebastopol em 2014.
"É importante que, ao mesmo tempo, nos certifiquemos de que (o Presidente russo Vladimir) Putin compreende que o Ocidente está unido, que a Ucrânia está a receber todo o apoio de que necessita para prevalecer" argumentou.
A mesma fonte sublinhou que as conversações só serão concluídas quando for possível garantir que o resultado será "duradouro".
Estreante numa reunião da NATO, o novo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, qualificou de "irrealista" o plano de Kyiv para recuperar os territórios ocupados pela Rússia desde 2014 e aderir à aliança como garantia de segurança após um acordo de paz.
"Nunca foi prometido à Ucrânia que, como parte de um acordo de paz, estaria na NATO", recordou hoje Rutte, apesar de esta ter sido uma exigência por parte da Ucrânia.
Para o líder da Aliança Atlântica, o mais premente é "garantir que, quando as conversações começarem, a Ucrânia estará na melhor posição possível", sublinhando o "óbvio" que é Kyiv estar sempre envolvido no processo.
O secretário-geral da NATO também insistiu que os aliados europeus e o Canadá aumentem as suas despesas militares, depois de informar que esses países contribuíram com 60% dos 51 mil milhões de euros totais da NATO para a defesa da Ucrânia no ano passado.
"Que gastem mais, e aqueles que não atingirem os 2% (do PIB para despesas de defesa), que cheguem este verão", insistiu.
Os aliados estão a discutir a possibilidade de estabelecer uma nova percentagem do PIB para as despesas militares na cimeira de Haia,a decorrer em junho, e Rutte admitiu que esse valor deveria ser superior a 3%.
Atualmente vigora o objetivo de 2% fixado em 2014 que deveria ser alcançado num prazo de 10 anos.
Na quinta-feira, o responsável norte-americano defendeu que o objetivo deve ser aumentado para 5% do PIB e que a Europa deve assumir mais responsabilidade pela sua própria segurança e deixar de estar tão dependente do seu país.
Para Hegseth, os Estados Unidos devem concentrar-se mais na proteção das suas fronteiras e evitar uma guerra com a China no Pacífico.
Rutte fez eco das palavras e concordou que os EUA "têm de se concentrar em vários teatros", incluindo o Indo-Pacífico e, em particular, a China.
"É uma grande preocupação para eles", referiu.
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