"No dia 14 de fevereiro, uma equipa de filmagens do Primeiro Canal foi alvo de um ataque seletivo. Como resultado de uma munição explosiva lançada de um drone, o operador de câmara do Primeiro, Yu A. Sholmov, ficou gravemente ferido", disse Zakharova .
A diplomata disse na plataforma de mensagens Telegram que o ataque "agrava a lista de crimes sangrentos cometidos pelo regime do [Presidente da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky contra civis".
"Ao disparar sobre correspondentes de guerra desarmados, jornalistas, operadores de câmara e fotógrafos e ao organizar uma verdadeira caça contra eles, estão a tentar por todos os meios esconder a verdade sobre as mais brutais violações do direito internacional humanitário e as atrocidades contra a população civil que estão a cometer", disse Zakharova.
A ministra exigiu ainda que as organizações internacionais "respondam imediatamente a outro crime hediondo cometido pelo regime de Kyiv e o condenem veementemente".
O Comité de Investigação da Rússia, o principal órgão de investigação judicial do país, já tinha aberto uma investigação sobre o que considerou ser um possível "ato terrorista".
As autoridades estão a investigar se os militares ucranianos "obstruiram as atividades profissionais legais dos jornalistas na região de Kursk", disseram à agência de notícias estatal russa TASS.
O incidente ocorreu na cidade de Cherkasskaya Konopelka, a poucos quilómetros da fronteira com a Ucrânia, onde o exército ucraniano terá utilizado um drone para lançar um engenho explosivo contra um grupo de jornalistas.
O governador da região de Kursk, Alexander Jinshtein, denunciou o incidente, revelando que o operador de câmara ferido foi tratado num hospital local e posteriormente transferido para Moscovo para mais exames médicos, embora o seu estado de saúde seja estável e não corra perigo de vida.
A Ucrânia lançou em agosto uma ofensiva surpresa na região fronteiriça russa de Kursk.
Na altura reivindicou ter ocupado 1.400 quilómetros quadrados (km2), mais de metade do território, que Kyiv pretendia potencialmente utilizar como moeda de troca com Moscovo.
Kyiv afirmou na quinta-feira que controla atualmente 500 km2 em Kursk, o que representa menos 200 km2 do que em novembro.
"Temos a nossa própria zona de segurança no território da Federação Russa (...) cobrindo cerca de 500 quilómetros quadrados", explicou o chefe do Estado-Maior ucraniano, Oleksandre Syrsky, numa mensagem publicada na rede social Facebook.
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