Os relógios marcavam quase 10h00 na Faixa de Gaza (8h00 em Lisboa) quando os carros que transportavam os três reféns israelitas - Iair Horn, de 46 anos, Sagui Dekel-Chen, de 36 anos, e Sasha Troufanov, de 29 anos – chegaram ao local da libertação, em Khan Younis, e estacionaram perto do palco.
Depois de todos os documentos da libertação terem sido assinados entre o Hamas e a Cruz Vermelha, os três homens puderam sair da carrinha branca e ir até ao palco, desfilando perante uma multidão.
Aparentavam estar em boas condições físicas, apesar de estarem visivelmente mais magros.
Um comandante do Hamas, de cara tapada e armado com uma espingarda israelita, foi o responsável pela entrega.
Já no palco, rodeados por membros do Hamas, os três prisioneiros fizeram breves discursos enquanto seguravam as respetivas fotografias e eram filmados.
No final foram levados para veículos da Cruz Vermelha, para completar a entrega e rumarem ao território israelita.
A libertação decorreu sem incidentes, entre rigorosas medidas de segurança e na presença de dezenas de combatentes, tanto do Hamas como de Israel.
Na sexta-feira, o gabinete governamental israelita confirmou a identidade dos três reféns, todos homens e com dupla nacionalidade: Sacha Trupanov (israelo-russo, 29 anos), Sagui Dekel-Chen (israelo-americano, 36 anos) e Yair Horn (israelo-argentino, de 46 anos). Todos foram raptados pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, dia do ataque do grupo extremista no sul de Israel, no 'kibutz' (comunidade) Nir Oz.
Israel deverá libertar, ainda este sábado, ao abrigo do acordo de cessar-fogo, 369 palestinianos que estão detidos em prisões israelitas.
Instantes antes da libertação de três reféns, o Hamas afirmou que Israel não tinha "outra alternativa" à libertação dos reféns senão cumprir o acordo de cessar-fogo.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, em 19 de janeiro, esta é a sexta troca de reféns por prisioneiros. Até à data, foram libertados 16 reféns israelitas ou com dupla nacionalidade, bem como cinco reféns tailandeses libertados à margem do acordo.
No total, a primeira fase do acordo prevê a libertação de 33 reféns até ao início de março, incluindo oito reféns dados como mortos, em troca de cerca de 1.900 palestinianos detidos em prisões em Israel.
A troca de hoje esteve em dúvida durante a semana, depois do Hamas ter anunciado que iria suspender o processo, alegando "violações" israelitas do acordo de tréguas, em particular o bloqueio da entrada de ajuda humanitária em Gaza.
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