Líder da oposição de Singapura condenado por mentir no parlamento

O líder da oposição de Singapura, Pritam Singh, foi condenado hoje por mentir sob juramento no parlamento, podendo estar impedido de concorrer às eleições previstas para este ano.

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© ROSLAN RAHMAN/AFP via Getty Images

Lusa
17/02/2025 07:37 ‧ há 4 dias por Lusa

Mundo

Singapura

O juiz considerou o líder do Partido dos Trabalhadores culpado de duas acusações de mentir sob juramento, em dezembro de 2021, perante uma comissão parlamentar que investigava a então deputada do mesmo partido Raeesah Khan, informou o jornal The Straits Times.

 

A acusação pede uma multa máxima de 7.000 dólares de Singapura (4.955 euros) por cada acusação contra Pritam Singh.

A lei de Singapura impede que cidadãos que tenham recebido multas de pelo menos 10.000 dólares de Singapura (mais de 7.053 euros) ou que tenham estado detidos durante pelo menos um ano sejam deputados durante cinco anos.

O juiz ainda não proferiu a sentença, que vai determinar se este pode ou não candidatar-se às eleições que Singapura deverá realizar até novembro.

O caso contra o político de 48 anos, que manteve a inocência durante o julgamento, começou em outubro passado e centra-se num discurso feito pela antiga deputada Raeesah Khan no parlamento em agosto de 2021.

Na altura, Khan afirmou que acompanhou uma vítima de violação para apresentar queixa à polícia e que um agente fez "comentários ofensivos sobre a sua roupa e consumo de álcool".

Mais tarde, Khan fez um desmentido e demitiu-se do partido e do cargo de deputada.

O então chefe e líder do Partido dos Trabalhadores foi acusado de mentir ao dizer à comissão responsável por investigar Khan que tinha pedido à antiga deputada que esclarecesse não ter ido à esquadra da polícia e que o dissesse ao parlamento.

A acusação alegou que, em vez disso e usando Khan como testemunha, Singh levou-a a manter "a mentira" de "forma intencional".

Singh negou as acusações, mas a defesa do líder da oposição quase não é citada pela imprensa oficial local.

O julgamento ocorreu num momento chave na cidade-estado semiautocrática, que deverá realizar eleições a 23 de novembro, consideradas um teste para o primeiro-ministro, Lawrence Wong, e o Partido de Ação Popular (PAP).

As eleições vão ser um teste para a liderança do PAP, que governa o país desde a independência, em 1965. Wong chegou ao poder em maio passado, na sequência da demissão do antecessor, Lee Hsien Loong, filho do "pai da nação", Lee Kuan Yew, que marcou o fim da popular dinastia.

O fim da "era Lee", arquitetos da transformação de uma ilha de pescadores num dos países mais ricos do mundo, é agravado pela experiência das eleições de 2020, em que o PAP obteve o pior resultado da história da formação política contra o partido de Singh, embora tenha mantido uma grande maioria de lugares (83 em 93).

O processo contra Singh surge no momento em que o PAP está em crise, depois de o ex-ministro dos Transportes ter sido condenado a um ano de prisão por crimes de corrupção, em outubro passado, o primeiro caso do género na ilha em décadas, pena que está a cumprir em prisão domiciliária desde a semana passada.

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