O Papa Francisco apresentou, esta segunda-feira, um "quadro clínico complexo", depois de já ter sido submetido a vários exames desde que foi internado, na sexta-feira.
"Os resultados dos exames realizados nos últimos dias e hoje mostram uma infeção polimicrobiana das vias respiratórias, o que determinou uma nova alteração no tratamento", referiu o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
Segundo o responsável explicou esta segunda-feira, o Papa Francisco "dormiu bem e teve "uma noite tranquila, tomou o pequeno-almoço e dedicou-se à leitura de jornais".
Ainda assim, o comunicado emitido pelo Vaticano dá conta de que "todos os exames realizados até ao momento indicaram um quadro clínico complexo, que exigirá uma internamento hospitalar adequada".
Matteo Bruni esclareceu que a alteração do tratamento não significa que o Papa tenha piorado, mas sim que a leitura dos exames realizados nos últimos dias mostraram uma avaliação mais completa da patologia.
Por isso, não se falou de uma data para a sua alta hospitalar, esclareceu, ao mesmo tempo que garantiu que o pontífice argentino "está bem-disposto".
Note-se que Francisco foi internado na sexta-feira devido a uma bronquite, um problema de saúde que já o tinha levado a interromper duas leituras. A última atualização de saúde, feita no domingo, dava conta de que a condição de Francisco era "estável e que o processo de diagnóstico e terapia médica continuava".
O Papa tem telefonado para a paróquia, onde 600 pessoas se refugiaram, todos os dias desde o início da guerra, e quis continuar a fazê-lo durante o seu internamento.
No domingo, o Papa acompanhou pela televisão a missa celebrada pelo cardeal José Tolentino de Mendonça pelo Jubileu da Cultura, na qual foi lida a homilia que Francisco tinha preparado, enquanto à tarde "alternou a leitura e o descanso", informou o Vaticano.
O Papa argentino, que teve parte de um pulmão removido após uma infeção pulmonar quando era jovem, é conhecido pelo ritmo extenuante de trabalho que mantém, apesar da sua saúde estar cada vez mais debilitada.
Usa cadeira de rodas, andarilho ou bengala por causa de problemas nos joelhos e sofre de dores no nervo ciático.
Em 2021, foi-lhe removido um pedaço (33 centímetros) do cólon e, em 2023, foi submetido a outra cirurgia para remover tecido cicatricial intestinal e reparar uma hérnia abdominal.
Quando teve um caso grave de pneumonia, em 2023, saiu do hospital ao fim de três dias e só depois reconheceu que tinha sido internado de urgência depois de se sentir fraco e com uma dor aguda no peito.
Desta vez, Francisco insistiu em terminar as suas audiências matinais de sexta-feira antes de deixar o Vaticano, embora estivesse com dificuldade em falar por sentir falta de ar.
A contínua hospitalização de Francisco já obrigou ao cancelamento de alguns eventos ligados ao Ano Santo do Vaticano e colocou outros em causa.
O próximo compromisso do Papa é a sua audiência geral semanal na quarta-feira, devendo, no domingo, presidir à ordenação dos diáconos, como parte de um fim de semana do Ano Santo dedicado aos diáconos.
A participação de Francisco nestes eventos parece duvidosa, mas mantem-se na programação oficial do Vaticano.
[Notícia em atualizada às 13h24]
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