Ministro israelita insta ocupação de 10% de Gaza após 1.ª fase da trégua

O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, de extrema-direita, instou hoje o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a ocupar 10% da Faixa de Gaza quando terminar a primeira fase do cessar-fogo, em 02 de março.

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© Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images

Lusa
17/02/2025 18:41 ‧ há 3 dias por Lusa

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Médio Oriente

"Apelo ao primeiro-ministro para que ocupe 10% do território de Gaza, estabeleça um controlo total sobre ele e imponha a soberania israelita", declarou Smotrich num comunicado.

 

O ministro, que reside num colonato israelita na Cisjordânia (todos os colonatos são ilegais à luz do Direito Internacional), exortou também a que, assim que findar a primeira fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, seja declarado "imediatamente" o regresso à guerra.

"Toda a ajuda humanitária cessará completamente e, de acordo com o plano desenvolvido nestes dias, os habitantes da Faixa de Gaza só poderão sair dela numa única direção, sem poderem voltar", exigiu.

O ministro israelita foi mais longe nas suas declarações e ameaçou que Israel ocupará mais 5% de Gaza "por cada cabelo que caia da cabeça dos seus reféns". Dos 251 sequestrados pelo Hamas no ataque de 07 de outubro de 2023, 70 continuam em cativeiro no enclave palestiniano, além de três anteriormente capturados.

Com estas exigências, Smotrich anunciou a intenção de promover no Governo uma votação para adotar os planos do presidente norte-americano, Donald Trump, para o enclave e de enviar um ultimato ao Hamas: "Devolvam-nos os reféns, deixem Gaza para outros países e deponham as armas".

O titular da pasta das Finanças israelita, que ao longo da guerra sempre se mostrou favorável a ocupar a Faixa de Gaza e chegou a afirmar que matar dois milhões de civis (palestinianos) de fome era algo "justificado e moral", insistiu assim na necessidade de pressionar os islamitas.

Ameaçou ainda que, se o Hamas não cumprir o ultimato, Israel abrirá "as portas do inferno" sobre Gaza. Trump foi o primeiro a utilizar tal expressão, que foi rapidamente adotada por Netanyahu.

Quando se deslocou à Casa Branca, o primeiro-ministro israelita afirmou estar ali para discutir com o Governo dos Estados Unidos "quando" abrir as portas do inferno em Gaza.

Segundo Smotrich, isso implicaria ou uma ocupação total do enclave ou o fim total do acesso a ajuda humanitária, água, eletricidade e combustível.

Além disso, "abrir as portas do inferno" significaria também deslocar a população para Mawasi, para onde a maioria dos habitantes de Gaza já foi deslocada durante a guerra no sudoeste de Gaza.

"A partir dali, Israel começará imediatamente a fazer migrar os habitantes de Gaza para outros países", acrescentou.

Em termos territoriais, as consequências de não entregar os reféns seriam a anexação do norte do enclave, o perímetro de segurança entre a Faixa de Gaza e Israel e o corredor de Filadélfia (a fronteira entre Gaza e o Egito).

Nem Trump nem Netanyahu entraram, nas últimas semanas, em pormenores sobre o que implica exatamente a expressão "abrir as portas do inferno".

Leia Também: Famílias de reféns do Hamas manifestam-se no 500.º dia de cativeiro

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