Mulher do ex-cirurgião francês acusada de protegê-lo nos crimes de abuso

A revelação foi avançada durante o segundo dia do julgamento, em Vannes, na região administrativa da Bretanha, por vítimas do ex-cirurgião.

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© BENOIT PEYRUCQ/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
26/02/2025 11:59 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

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França

A mulher do ex-cirurgião francês Joel Le Scouarnec, acusado de abusar de centenas de pacientes menores, muitas vezes quando estavam sob anestesia, em França, saberia dos crimes e encobriria os mesmos, noticia o The Independent.

 

A revelação foi avançada durante o segundo dia do julgamento - o maior de abuso infantil da história do país - em Vannes, na região administrativa da Bretanha, por vítimas do ex-cirurgião, que acusaram a mulher do arguido de encobrir as suas "atividades pedocriminosas" durante décadas.

Marie-France Le Scouarnec, que tem três filhos com o suspeito, insistiu que não sabia dos crimes do seu marido: "Questionei-me como pude não ter notado nada. É uma traição terrível que ele cometeu contra mim e os meus filhos", disse, citada pelo mesmo meio.

No entanto, uma carta escrita à mão pela própria, em 2010, que foi apresentada como prova, contradiz o testemunho da mulher.

"Peço-te, por favor, que protejas o meu filho mais novo, o único que não sabe sobre o passado do seu pai", cita o The Guardian.

O homem, note-se, está preso desde 2017, quando foi detido sob suspeita de violar as sobrinhas, agora na casa dos 30 anos, assim como uma menina de seis anos e um jovem paciente. Em 2020, foi condenado a 15 anos de prisão.

"Ela sabia. Marie-France Le Scouarnec sabia e protegeu o seu marido",  começou por acusar Marie-Caroline Arrighi, representante de quatro vítimas, em declarações no exterior do tribunal. 

A porta-voz afirmou que Marie-France escondeu os crimes do marido "de forma consciente, permitindo-lhe agir por mais de 30 anos".

A mulher do arguido iria prestar declarações pessoalmente em tribunal, neste segundo dia do julgamento, mas foi dispensada após alegar que tinha sofrido um ferimento num pequeno acidente de carro.

Apesar da ausência, um vídeo de uma entrevista de Marie-France foi apresentado em tribunal. Aqui, garantiu que não tinha "consciência das suas inclinações, dos seus bonecos" e que apenas teve "conhecimento dos seus cadernos depois da sua prisão".

Recorde-se que já depois da sua detenção, a casa de Le Scouarnec foi alvo de buscas e as autoridades encontraram bonecas sexuais do tamanho de crianças, mais de 300 mil imagens de pornografia infantil e milhares de páginas de diários meticulosamente compilados, nos quais o homem descrevia as agressões que cometeu contra os seus pacientes ao longo de 25 anos.

O ex-cirurgião negou os crimes, alegando que os diários refletiam apenas as suas "fantasias". Em várias ocasiões, cita a BBC, escreveu: "Sou um pedófilo".

O homem, de 73 anos, é acusado de abusar ou violar 299 crianças entre 1989 e 2014. Le Scouarnec enfrenta mais de 100 acusações de violação e mais de 150 acusações de abuso sexual.

O julgamento deverá terminar em junho.

Leia Também: Diplomacia francesa propõe restrições de vistos a nível da União Europeia

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