"Se os Estados Unidos persistirem na aplicação de taxas unilaterais e oficializarem estas medidas, a China responderá com contramedidas firmes e enérgicas", advertiu o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, depois de os EUA terem prometido impor mais taxas alfandegárias sobre os produtos chineses, a partir de 04 de março.
A possível retaliação incluiria medidas tarifárias e não tarifárias, com os produtos agrícolas e alimentares dos EUA entre os principais alvos, escreveu o jornal, que cita uma fonte anónima do regime chinês.
Na passada sexta-feira, o Ministério do Comércio chinês expressou em comunicado a "firme oposição" aos planos dos EUA, acrescentando que a China afirmou "repetidamente" que "as taxas unilaterais violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)" e "prejudicam o sistema comercial multilateral".
O Presidente norte-americano, Donald Trump, comprometeu-se a impor uma taxa adicional de 10% à China - já tinha anunciado 10% anteriormente - com o argumento de que o país não fez esforços suficientes para combater a entrada de fentanil nos EUA.
O Ministério do Comércio chinês afirmou que "a China é um dos países com as políticas de controlo de drogas mais rigorosas e abrangentes do mundo" e que tem cooperado ativamente nesta questão com todas as nações do mundo, "incluindo os Estados Unidos".
Trump fez depender as taxas de "progressos" na luta contra o tráfico de fentanil, anunciando também taxas de 25% contra o México e o Canadá. "As drogas estão a vir do México e muitas delas estão a vir da China; não todas, mas muitas delas estão a vir da China", disse.
Pequim respondeu no mês passado à primeira ronda de taxas de Trump com tarifas entre 10% e 15% sobre certos produtos dos EUA, bem como novos controlos de exportação de minerais essenciais e uma investigação antimonopólio contra o gigante tecnológico norte-americano Google.
Na primeira presidência (2017-2021), Trump teve uma relação tensa com Pequim ao impor várias rondas de taxas sobre bens oriundos da China, às quais o país asiático respondeu com taxas sobre as exportações dos EUA.
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