James Harrison, conhecido como o "homem do braço de ouro" por ter salvado a vida de 2,4 milhões de bebé com doações de sangue, na Austrália, morreu aos 88 anos. Segundo confirmou a sua família esta segunda-feira, o idoso morreu no passado dia 17 de fevereiro enquanto dormia.
Harrison doou "generosamente" o seu plasma quase 1.200 vezes durante 64 anos, entre 1954 e 2018, conta a BBC. Nascido em Nova Gales do Sul, na Austrália, começou a doar sangue após receber várias transfusões na sequência de uma operação aos pulmões quando tinha apenas 14 anos.
Descobriu-se, posteriormente, que o seu plasma continha um anticorpo raro que foi depois utilizado para desenvolver um medicamento para evitar que os recém-nascidos morressem da doença de Rhesus.
O medicamento - o anti-D - é administrado a mães grávidas cujo sangue rhesus negativo corre o risco de atacar o sangue rhesus positivo do bebé.
James Harrison doou sangue de duas em duas semanas durante mais de 60 anos e, em 2005, conquistou o recorde mundial do Guinness com o maior número de dádivas, título que deteve até 2022.
A sua filha, Tracey Mellowship, descreveu-o como "um humanitário de coração, mas também muito divertido". "Sentia-se muito orgulhoso por ter salvado tantas vidas, sem qualquer custo ou dor", acrescentou.
O idoso foi homenageado pelo chefe-executivo da Cruz Vermelha Australiana, Stephen Cornelissen, que destacou que estava "comprometido com uma vida inteira de doações".
"James estendeu o braço para ajudar os outros e os bebés que nunca conheceria 1.173 vezes e não esperou nada em troca", disse.
Leia Também: Austrália reafirma apoio à Ucrânia após confronto entre Zelensky e Trump