O bloqueio, que começou na noite de segunda-feira sem um aviso prévio, vai manter-se durante todo o dia de hoje, de acordo com uma mensagem publicada nas redes sociais pelos grupos estudantis que lideram o protesto.
Nesta mensagem, os estudantes universitários voltam a pedir aos cidadãos que se juntem aos seus protestos e participem nas manifestações convocadas para o próximo sábado.
Os estudantes anunciaram que vão permitir que todos os que estão dentro do edifício saiam, mas não vão deixar ninguém entrar até que a emissora "seja libertada" e passe a dar informações sobre os protestos de forma objetiva.
"Esta noite, o apresentador da RTS chamou-nos 'turba'. É por isso que bloqueámos o edifício da RTS esta noite. Sem violência, sem invasões", anunciaram os estudantes da Faculdade de Medicina de Belgrado na rede social Instagram.
Em solidariedade com o protesto, estudantes da Universidade de Novi Sad bloquearam o acesso ao edifício da estação pública de rádio e televisão da província de Voivodina.
A Sérvia tem sido palco de protestos com dezenas de milhares de cidadãos, liderados por estudantes universitários, que protestam há mais de três meses contra a corrupção no Governo e no Estado. Os protestos foram desencadeados pela queda da cobertura de uma estação ferroviária em Novi Sad, a segunda maior cidade do país, em novembro passado, que fez 15 mortos.
Os protestos exigem que toda a documentação sobre a reconstrução da estação seja publicada sem filtros. Muitos cidadãos acusam o governo nacionalista sérvio de corrupção e de crescente autoritarismo.
Quinze minutos de silêncio são observados todos os dias em toda a Sérvia em memória das vítimas e houve manifestações em massa em Novi Sad, Belgrado, Kragujevac e Nis, com um grande protesto anunciado para o próximo sábado em Belgrado.
O Presidente da Sérvia, o populista e nacionalista Aleksandar Vucic, disse que os protestos estão a destruir o país e acusou as potências estrangeiras, sem apresentar provas, de os organizarem para derrubar o seu Governo.
Vucic anunciou que o protesto convocado para o dia 15 marcará o fim do que qualificou de "revolução".
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