"A Nova Síria está determinada a garantir a justiça, a defender o Estado de Direito, a proteger os direitos e as liberdades dos seus cidadãos, a prevenir quaisquer represálias extrajudiciais e a garantir a ausência de impunidade", segundo o porta-voz da comissão, Yasser al-Farhane, em conferência de imprensa.
Desde quinta-feira que o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) contabilizou pelo menos 1.093 mortes de civis, na sua grande maioria alauitas, pelas "forças de segurança e grupos afiliados" nas províncias de Latakia e Tartus.
As tensões começaram no passado dia 06 numa aldeia de maioria alauita da província de Latakia, na sequência da detenção de uma pessoa procurada pelas forças de segurança.
A situação agravou-se quando homens armados da minoria muçulmana alauita, que as autoridades descreveram como leais ao antigo presidente deposto Bashar al-Assad, abriram fogo contra várias posições ocupadas pelas forças de segurança.
O OSDH denunciou então "execuções sumárias", nomeadamente de civis da comunidade alauita, a mesma de Assad.
Hoje a ONU afirmou que, em alguns casos, "famílias inteiras" tinham sido mortas.
Numa tentativa de resolver a situação, o Presidente anunciou no domingo a formação de uma "comissão de inquérito independente" sobre os "abusos contra civis", com o objetivo de identificar os responsáveis e "levá-los à justiça".
Devendo apresentar um relatório à presidência no prazo de 30 dias, a comissão irá proceder à "recolha e análise de todas as provas e relatórios disponíveis", garantiu Farhane.
A comissão irá entrevistar "testemunhas e todos os que possam ajudar, e definir os locais a inspecionar", acrescentou a mesma fonte, detalhando que "os vídeos serão examinados com especialistas" e "qualquer pessoa que a comissão considere estar envolvida ou sob suspeita (...) será levada à justiça".
Muitos habitantes da região costeira, no oeste do país, relataram à agência noticiosa France-Presse confrontos violentos, ações de segurança e execuções de civis.
O OSDH e outros ativistas publicaram vídeos de tiroteios contra pessoas desarmadas em trajes civis e outros vídeos que mostram dezenas de corpos em trajes civis amontoados no pátio de uma casa, com mulheres a chorar nas proximidades. A AFP referiu ainda não ter conseguido verificar de forma independente estes vídeos.
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