"Infelizmente, há mais de 24 horas que o mundo ainda não ouviu uma resposta significativa da Rússia", notou Zelensky nas suas redes sociais, depois de receber a delegação ucraniana, que aceitou a proposta norte-americana de cessar-fogo na reunião entre representantes dos dois países na cidade saudita de Jeddah, na terça-feira.
Além da possibilidade de um cessar-fogo, os norte-americanos e os ucranianos também levantaram a questão da libertação de todos os prisioneiros de guerra e detidos civis e o regresso das crianças ucranianas dos territórios ocupados transferidos para a Rússia como medidas de confiança para avançar para a paz.
A ausência de posição russa foi vista por Zelensky como uma "prova, mais uma vez, de que a Rússia procura prolongar a guerra e adiar a paz o mais possível".
"Esperamos que a pressão dos EUA seja suficiente para obrigar a Rússia a pôr termo à guerra", afirmou.
O representante especial da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, viajou hoje para Moscovo para comunicar pessoalmente a proposta de trégua ao Kremlin, que indicou que responderá depois de conhecer e estudar os detalhes do que os EUA estão a propor.
O entendimento entre Washington e Kiev prevê igualmente o levantamento da suspensão da partilha de dados dos serviços de informação norte-americanos com as autoridades ucranianas.
A declaração conjunta destaca a importância de se tomar, durante o cessar-fogo proposto, medidas humanitárias como "a troca de prisioneiros de guerra, a libertação de civis detidos e o regresso de crianças ucranianas transferidas à força" para territórios sob controlo russo ou para a Federação Russa.
Ambas as delegações concordaram também em nomear as respetivas equipas de negociação para um processo de paz com a Rússia.
Após o diálogo das delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia, as partes também se comprometeram a chegar "o mais depressa possível" a um acordo sobre "exploração conjunta dos recursos minerais ucranianos".
O documento assinala ainda que a Ucrânia pediu na reunião que a Europa seja incluída no processo de paz.
A guerra em curso foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, para, segundo o Presidente russo, Vladimir Putin, "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
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