A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmou que o governo russo se manifestou-se chocado com a "onda de violência sectária" na Síria e apelou para que os responsáveis "sejam levados à justiça", de modo a que estes crimes "não fiquem impunes".
"A base aérea de Hmeimim abriu as suas portas aos residentes que procuravam refúgio", referiu Zakharova numa conferência de imprensa.
"Estavam a fugir. Acreditavam que era uma questão de vida ou de morte", continuou Zakharova, lamentando que a maior parte das pessoas em fuga se tratavam de "mulheres e crianças".
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou na quarta-feira que pelo menos 1.383 civis foram mortos em combates no oeste do país no final da semana passada, na sequência de uma onda de ataques de grupos leais ao antigo Presidente Bashar al-Assad, deposto a 08 de dezembro e atualmente exilado na Rússia.
Esta organização estima que 420 foram executados pelas forças de Damasco e grupos aliados, enquanto 211 foram mortos por milicianos leais a Assad.
As mortes ocorreram principalmente nos dias 07 e 08 de março, no reduto da minoria alauita, o ramo do Islão xiita a que pertence o clã do ex-presidente Bashar al-Assad.
Os atos de violência opuseram as forças de segurança sírias a grupos fiéis a Assad e são os mais graves desde a chegada ao poder de uma coligação liderada pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
Ameaçam a estabilidade de um país já devastado por 14 anos de guerra civil sob o regime de Assad.
As tensões começaram em 06 de março numa aldeia de maioria alauita da província de Latakia, na sequência da detenção de uma pessoa procurada pelas forças de segurança.
A situação degenerou rapidamente em confrontos quando homens armados da minoria muçulmana alauita, que as autoridades descreveram como leais a Assad, abriram fogo contra várias posições ocupadas pelas forças de segurança.
Os civis da comunidade alauita foram depois alvo de represálias.
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