Transparência Venezuela quer continuar atividades no exílio

A Transparência Internacional capítulo Venezuela anunciou, quinta-feira, que cessou as suas atividades no país, para continuar a trabalhar a partir do exílio.

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© Jesus Vargas/Getty Images

Lusa
14/03/2025 00:31 ‧ há 2 semanas por Lusa

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O anúncio foi feito através de um vídeo e um comunicado divulgados na Internet, no qual a sua diretora executiva, Mercedes de Freitas, justifica a decisão no aumento da perseguição e da criminalização das ONG após as eleições presidenciais de 2024.

 

"A Transparência Venezuela (TV) fechou as suas portas. Após a fraude eleitoral de 28 de julho, a repressão e a perseguição na Venezuela aumentaram a um ritmo alarmante. Atualmente, vivemos sob a ameaça de uma elite do poder que controla o sistema judicial a seu bel-prazer e persegue todos os que denunciam a sua verdadeira natureza", denuncia a diretora no vídeo.

Mercedes de Freitas explica que "é por isso que, em dezembro de 2024, a TV cessou formalmente as suas relações com os aliados, parceiros e com os funcionários" no país, sublinhando que isso foi muito doloroso, mas que o compromisso mantém-se intacto e com aliados para continuar.

"A Transparência Internacional continua comprometida com a Venezuela e continuará a acompanhar de perto o que acontece dentro e fora do país em termos de grande corrupção e de ilícitos. Continuaremos porque não podemos deixar de denunciar, porque eles não podem ficar impunes, porque os cidadãos precisam de uma voz para denunciar. Hoje abre-se a TV no exílio. Continuamos porque ninguém nos ensinou a deter-nos", afirma no vídeo.

No texto do comunicado, Mercedes de Freitas explica que os valores e objetivos da TV, dedicados à boa governação, à responsabilidade, ao acesso à informação e à luta contra a corrupção, "são incompatíveis com as novas leis venezuelanas que criminalizam o trabalho das organizações independentes da sociedade civil".

Explica ainda que os casos de corrupção transbordaram as fronteiras da Venezuela e  que "já há 30 países a investigar os responsáveis pela rede de grande corrupção transnacional e pelo desvio de dinheiros públicos da Venezuela".

Segundo a TV até 2025 foram subtraídos mais de 72,34 mil milhões de dólares, um valor conservador porque se refere apenas a 60% dos 173 casos tratados pelos sistemas de justiça de 30 países.

"Este montante representa nada menos do que sete vezes as reservas internacionais da Venezuela, estimadas pelo Banco Central da Venezuela em 10,195 mil milhões de dólares no final de 2024", sublinha.

Os dados da TV dão conta que até finais de 2024 foram identificadas mais de 3.000 empresas vinculadas a este desfalco descomunal, criadas em pelo menos 73 países.

Além disso, a organização identificou 510 casos de corrupção em que 977 pessoas estão a ser investigadas, incluindo 446 funcionários públicos e 327 empresários, assim como 33 banqueiros.

Na Venezuela, segundo a TV, não existe informação oficial sobre economias ilícitas como o tráfico de droga, a exploração ilegal de minerais, o tráfico de seres humanos, o contrabando ou a extorsão. No entanto estima que pelo menos 5.383 milhões de dólares teriam ido parar a redes de extração ilícita de ouro, em 2024.

A Transparência Venezuela foi fundada em 2004.

Leia Também: Conselheira de Trump anuncia rescisão de contratos com AFP, AP e Reuters

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