Os sites que disponham várias informações históricas agora aparecem com uma mensagem de erro, ou com a mensagem "DEI" - programas de diversidade, equidade e inclusão -- segundo o jornal norte-americano Axios.
Entre 1942 e 1945, os codificadores nativo-americanos navajos foram cruciais em todas as grandes operações do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA no Teatro do Pacífico da Segunda Guerra Mundial.
Segundo o Axios, pelo menos 10 artigos mencionando os codificadores que haviam desaparecido dos sites do Exército dos EUA e do Departamento de Defesa até segunda-feira.
As páginas online do Departamento de Defesa foram alterados com as letras DEI, levando a crer que foram removidos após a ordem executiva do Presidente Donald Trump que decretou o fim das iniciativas federais de diversidade, equidade e inclusão.
De acordo com o Internet Archive, as páginas do exército dos Estados Unidos, agora excluídas, estavam ativas em novembro, com algumas disponíveis até fevereiro ou março. Nenhuma destas páginas mostrava mensagens de erro até à tomada de posse de Trump.
O secretário de imprensa do Pentágono, John Ullyot, respondeu num comunicado que "como disse o secretário [Pete] Hegseth, o DEI está morto no Departamento de Defesa".
"Estamos satisfeitos com o rápido cumprimento, em todo o Departamento, da diretiva que remove o conteúdo do DEI de todas as plataformas", acrescentou.
Contudo, a declaração não se refere se os Code Talkers são considerados figuras divisivas do DEI que "corroem a camaradagem e ameaçam a execução da missão", como descreveu Ullyot.
Os Estados Unidos, em ambas as guerras mundiais, destacaram unidades militares compostas por indígenas que utilizavam as suas línguas maternas para transmitir secretamente informações.
Em Iwo Jima, seis codificadores enviaram mais de 800 mensagens sem nenhum erro.
No desempenho das suas funções é estimado que tenham salvado inúmeras vidas de soldados norte-americanos e aliados ao utilizarem línguas que o governo dos EUA tentou eliminar.
Segundo dados oficiais os indígenas americanos alistaram-se nas forças armadas dos EUA a uma taxa cinco vezes superior à média nacional, de acordo com a proclamação do próprio Presidente Donald Trump em 2018.
Para além destas remoções, o meio de comunicação social norte-americano também evidenciou a retirada de diversas páginas de outros perfis de homens e mulheres militares nativo-americanos, mas também de afro-americanos e de latino-americanos.
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