Dezasseis dias depois do fim da 1.ª fase do acordo de cessar-fogo com o Hamas - e após cerca de dois meses de uma relação de altos e baixos -, Israel decidiu voltar a atacar a Faixa de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel lançaram dezenas de ataques em toda a Faixa de Gaza durante esta noite, depois de terem recebido ordens do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para "atuar com força" contra o grupo terrorista, noticia o The Times of Israel. Segundo o mesmo meio, a ordem do governante acontece depois de o Hamas se ter recusado a libertar reféns.
Recorde-se que Israel exigia que a primeira fase do acordo continuasse até que mais reféns israelitas fossem libertados. Ao Notícias ao Minuto, o próprio embaixador de Israel em Portugal tinha garantido que esta guerra não acabaria enquanto os reféns não fossem todos libertados.
Na semana passada, o Hamas anunciou a libertação de um refém americano-israelita e ainda a entrega de quatro corpos. Contudo, garantia que isso só aconteceria se, no dia da libertação, as conversações sobre a segunda fase do cessar-fogo, há muito adiadas, voltassem a estar em cima da mesa e durassem no máximo 50 dias.
Israel também teria de deixar de impedir a entrada de ajuda humanitária e retirar-se de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.
Israel decide não esperar e volta a atacar
"Perante as repetidas recusas do Hamas em libertar os nossos reféns, bem como as constantes rejeições ás propostas norte-americana", afirmou Netanyahu, Israel decidiu voltar ao ataque.
Antes de o fazer, terá informado Washington, conforme confirmou fonte da Casa Branca. "A administração Trump e a Casa Branca foram consultadas pelos israelitas sobre os seus ataques em Gaza esta noite", disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt no programa ‘Hannity’, da Fox News.
"Como o Presidente Trump deixou claro, o Hamas, os Hutis, o Irão e todos aqueles que procuram aterrorizar não só Israel, mas também os Estados Unidos, vão pagar um preço: o inferno vai rebentar", disse Leavitt na entrevista televisiva.
E assim foi. Mais de 300 pessoas terão morrido nos ataques que tiveram início esta manhã. Um responsável do ministério, Mohammed Zaqout, disse à agência de notícias France-Presse que foram registados "mais de 330 mortes, a maioria crianças e mulheres palestinianas, e centenas de feridos, dezenas dos quais estão em estado crítico".
Um dirigente do Hamas disse que a decisão do primeiro-ministro israelita equivale a uma "sentença de morte" para os restantes reféns.
O nosso maior medo tornou-se realidade"
Entretanto, as famílias dos reféns já se pronunciaram sobre os ataques, mostrando-se revoltados com o que está a acontecer. "O nosso maior receio tornou-se realidade", afirmaram num comunicado, onde referem, ainda, que desta forma, Israel está "a entregar a vida dos reféns".
"Estamos horrorizados, furiosos e assustados com a desestabilização intencional do processo de regresso dos nossos entes queridos do terrível cativeiro do Hamas", acrescentam.
Já o governo israelita veio reforçar que os ataques não vão acabar enquanto os reféns não forem libertados.
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