"O juiz de instrução acusou, até agora, quatro pessoas de corrupção ativa e organização criminosa. Uma quinta pessoa foi acusada de branqueamento de capitais. As quatro pessoas foram colocadas sob custódia e a quinta foi libertada condicionalmente", indicou o Ministério Público belga.
No âmbito desta investigação, foram efetuadas novas buscas na segunda-feira nas instalações do Parlamento Europeu em Bruxelas, precisaram as autoridades judiciais belgas.
Uma primeira vaga de buscas decorreu a 13 de março na Bélgica e em Portugal. Uma pessoa foi também detida em França.
Na mira dos investigadores, estão os lobistas que trabalham para a Huawei e os assistentes parlamentares suspeitos de terem transmitido pedidos de intervenção a eurodeputados.
De acordo com o Ministério Público, os subornos foram praticados "regularmente e de forma muito discreta" desde 2021, "disfarçados de 'lobbying' comercial" e assumindo várias formas, como remunerações por cargos políticos ou "presentes excessivos", despesas de alimentação e de deslocação, ou convites regulares para jogos de futebol.
A empresa reagiu afirmando ter uma política de "tolerância zero" em relação à corrupção.
"A Huawei leva estas acusações a sério e vai comunicar urgentemente com os investigadores para compreender melhor a situação", afirmou um porta-voz da empresa, citado pela agência de notícias France-Presse.
Esta é a segunda vez em menos de três anos que o Parlamento Europeu, a única instituição eleita da União Europeia (UE), é afetado por um escândalo de corrupção.
No âmbito do caso 'Qatargate', a justiça belga investiga desde 2022 factos que envolvem vários antigos eurodeputados socialistas suspeitos de terem sido corrompidos por duas potências estrangeiras, o Qatar e Marrocos.
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