Scholz, Macron, Von der Leyen e Rutte saúdam plano de defesa alemão

O chanceler alemão cessante, Olaf Scholz, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, saudaram a aprovação hoje pelo parlamento alemão do plano de investimentos em Defesa.

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© Maja Hitij/Getty Images

Lusa
18/03/2025 20:15 ‧ ontem por Lusa

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Defesa

Scholz saudou a "decisão histórica" do Bundestag de dar 'luz verde' ao plano de investimento do futuro chanceler, Friedrich Merz, que quer despender uma soma elevada para rearmar e modernizar a Alemanha.

 

"O Bundestag tomou hoje uma decisão histórica", declarou o chanceler alemão cessante numa conferência de imprensa em Berlim ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron.

O presidente francês também classificou como uma "boa notícia" para a Europa a aprovação pelos deputados alemães de um gigantesco plano de investimento para rearmar e modernizar a Alemanha, congratulando-se, ao lado de Scholz, com esta "votação histórica do Bundestag".

"Uma boa notícia para a Alemanha e para a Europa", sublinhou.

Tanto Scholz como Macron aproveitaram para garantir hoje à Ucrânia que os respetivos países continuarão a fornecer-lhe ajuda militar para combater a invasão russa, numa altura em que Moscovo apela para a "suspensão total" da ajuda militar ocidental.

"Ambos concordamos que a Ucrânia pode contar connosco, que a Ucrânia pode contar com a Europa e que não a vamos desiludir", afirmou Olaf Scholz em Berlim, lado a lado com Macron.

"Continuaremos a apoiar o Exército ucraniano na sua guerra de resistência à agressão russa", afirmou, por sua vez, o chefe de Estado francês.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou hoje a aprovação pelo parlamento alemão do plano de investimentos inédito do futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, como uma "excelente notícia".

"É uma excelente notícia, porque envia uma mensagem muito clara à Europa sobre a determinação da Alemanha em investir maciçamente na Defesa", assegurou.

"É bom para a Alemanha, mas também é bom para a Europa", acrescentou.

Von der Leyen considera que é imperativo que a Europa se rearme rapidamente se quiser ter uma "capacidade de dissuasão credível" até 2030.

O secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), Mark Rutte, congratulou-se também com o recém-aprovado plano alemão de investimento em Defesa sem precedentes, afirmando que tal envia "uma forte mensagem".

"Envia uma forte mensagem de liderança e de compromisso com a nossa segurança comum. Vai fazer uma diferença profunda na capacidade de dissuasão e defesa da NATO", escreveu o responsável da Aliança Atlântica na rede social X (antigo Twitter).

A Alemanha prepara-se para proceder a uma viragem histórica, depois de os deputados do Bundestag terem aprovado o plano de investimentos do futuro chanceler, que tenciona gastar muito dinheiro para rearmar e modernizar o país, a fim de enfrentar as convulsões geopolíticas.

Este pacote de várias centenas de milhares de milhões de euros, destinados à Defesa e à Economia, foi hoje aprovado por 513 deputados, ou seja, uma maioria de dois terços dos presentes no Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão.

O texto representa uma revolução para a Alemanha que, durante décadas, foi defensora da ortodoxia orçamental e que, durante muito tempo, negligenciou as despesas militares, apostando no 'guarda-chuva norte-americano' que a protege desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Mas os tempos mudaram e, após o choque da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Berlim assiste agora ao afastamento de Washington da Europa e à sua aproximação da Rússia, sob o impulso do Presidente republicano, Donald Trump (2025-2029).

Os montantes envolvidos são colossais e terão repercussões muito para além da Alemanha, representando entre 1.000 e 1.500 mil milhões de euros, segundo os cálculos, injetados na economia no decurso da próxima década.

Trata-se de uma quantia necessária para combater a "guerra contra a Europa" liderada pela Rússia, declarou o líder da ala conservadora CDU/CSU, enumerando os ataques informáticos e atos de sabotagem de infraestruturas atribuídos a Moscovo.

Friedrich Merz também descreveu o plano como "o primeiro grande passo para uma nova comunidade europeia de defesa" que deverá incluir "países que não são membros da União Europeia", como o Reino Unido e a Noruega.

Para entrarem em vigor, as alterações constitucionais têm ainda de ser aprovadas na sexta-feira pelo Bundesrat, a câmara que representa as regiões (Länder) do país.

Em termos concretos, a Alemanha vai flexibilizar o seu "travão à dívida", que limita a capacidade de endividamento do país, para as despesas militares e das regiões.

Além disso, será criado um fundo especial - fora do orçamento - de 500 mil milhões de euros em 12 anos para modernizar as infraestruturas e impulsionar a principal economia da Europa. O objetivo é renovar estradas, pontes, caminhos-de-ferro, escolas e instalações energéticas.

Leia Também: Confiança dos investidores na economia alemã volta a subir em março

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