Peru decreta estado de emergência em Lima devido a onda de violência

A Presidente do Peru decretou estado de emergência na capital Lima com a duração de 30 dias e ordenou o destacamento de soldados para ajudar a polícia a lidar com protestos violentos após a morte de um cantor popular. 

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© ERNESTO BENAVIDES/AFP via Getty Images

Lusa
18/03/2025 23:52 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Peru

O governo da Presidente Dina Boluarte publicou um decreto que determina que o estado de emergência durará 30 dias e que as autoridades restringirão alguns direitos, incluindo a liberdade de reunião e de circulação, o que significa que a polícia e o exército poderão deter pessoas sem uma ordem judicial.

 

Nos últimos meses, o Peru tem registado um aumento do número de assassinatos, extorsões violentas e ataques a locais públicos, tendo a polícia registado um total de 459 assassinatos entre 1 de janeiro e 16 de março e 1.909 denúncias de extorsão só em janeiro.

Contudo, a indignação aumentou após o assassinato, no domingo, de Paul Flores, de 39 anos, vocalista da banda de cumbia Armonia 10.

No Congresso, os legisladores da oposição pediram um voto de desconfiança contra o ministro do Interior, Juan José Santiváñez, pelo que dizem ser a falta de um plano para combater a violência crescente. Espera-se que a votação seja discutida no plenário do Congresso no final desta semana.

Flores foi morto a tiro na madrugada de domingo, quando assaltantes atacaram o autocarro em que ele e os colegas da banda viajavam após um concerto em Lima.

O ataque contra o cantor popular de Cumbia, um estilo de música latina em que as pessoas dançam ao ritmo de tambores, maracas e outros instrumentos, não foi o único acontecimento violento do fim de semana quando, no sábado, um engenho explodiu num restaurante da capital, ferindo pelo menos 11 pessoas.

O anúncio do decreto confirma as declarações do primeiro-ministro, Gustavo Adrianzén, na rede social X, na segunda-feira.  

"Foi ordenado que o estado de emergência seja declarado nas próximas horas em toda a província de Lima e na província constitucional de Callao", disse o primeiro-ministro peruano.

Adrianzén indicou que tomou a medida após uma reunião com a Presidente Dina Boluarte, que decidiu antecipar em dez dias, para terça-feira, uma reunião do Conselho Nacional de Segurança dos Cidadãos.

O primeiro-ministro afirmou que as autoridades peruanas estão também a planear "uma reforma abrangente do sistema prisional".

Adrianzén transmitiu as "mais profundas condolências" aos familiares de Paul Flores, antes de apelar à união entre os peruanos.

"Na luta contra o crime organizado, todos os peruanos devem manter-se unidos, ultrapassando todas as nossas diferenças de qualquer tipo", argumentou.

O governo de Boluarte decretou anteriormente o estado de emergência numa tentativa de conter a violência entre setembro e dezembro.

Também na segunda-feira, a Presidente afirmou estar a ponderar aplicar a pena de morte a assassinos a soldo.

"Digo-o de viva voz. A estes malditos assassinos a soldo, digo-lhes que estou a considerar seriamente a pena de morte, porque nenhum assassino pode manchar com sangue famílias que amam os seus filhos, empreendedores, que trabalham arduamente para construir o seu futuro", afirmou Dina Boluarte.

"Não vamos permitir nem mais uma morte", sublinhou a chefe de Estado peruana durante um ato académico, de acordo com declarações divulgadas pela estação de rádio RPP, que, no entanto, não são as primeiras que Dina Boluarte faz neste sentido.

Já em meados de dezembro, a Presidente defendeu a "abertura do debate" sobre a aplicação de penas de morte a violadores de menores, depois de ter sido tornada pública a morte violenta de uma menina de 12 anos.

Leia Também: Peru impõe estado de emergência na capital face a onda de assassínios

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