O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje que irá manter uma conversa telefónica com Donald Trump esta tarde.
Segundo o jornal Barron's, a conversa visa partilhar mais pormenores sobre a conversa desta terça-feira entre o presidente norte-americano e o presidente russo.
"Hoje estarei em contacto com o presidente Trump e vamos discutir os próximos passos", anunciou o líder ucraniano durante uma conferência de imprensa em Helsínquia, onde se encontrou com o seu homólogo finlandês, Alexander Stubb.
O telefonema vai ocorrer pelas 14h00 de Lisboa.
Zelensky acrescentou que iria discutir com Trump o que se segue, depois de Putin ter dito ao líder dos Estados Unidos que concordava com um cessar-fogo limitado aos ataques às infraestruturas energéticas ucranianas, em lugar do cessar-fogo total proposto pelos norte-americanos.
Zelensky afirmou que o cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos é um primeiro passo correto para colocar um fim à guerra, mas insistiu que não reconhecerá qualquer território ucraniano ocupado pela Rússia.
"Para nós, a linha vermelha é o reconhecimento de territórios temporariamente ocupados como parte da Rússia. Não o faremos", disse Zelensky quando questionado sobre a possibilidade de os EUA e a Rússia lhe exigirem que reconheça a península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, como parte da Federação Russa.
"Penso que tudo estaria bem se não fosse a Rússia, que nunca fica satisfeita quando as coisas correm bem", acrescentou o Presidente ucraniano, sublinhando ainda que "a Rússia não quer realmente a paz".
Zelensky também acusou Vladimir Putin de não ter cumprido a sua palavra, depois de o exército russo ter voltado a atacar a infraestrutura energética ucraniana, apesar de o líder do Kremlin ter dito que tinha ordenado aos seus militares que começassem a trabalhar numa trégua parcial.
O presidente ucraniano criticou ainda Putin por querer enfraquecer a Ucrânia com a exigência, que o Kremlin disse ter feito na terça-feira a Donald Trump, do fim de todo o fornecimento de armas ao seu país e também o corte do fluxo de informações dos Estados Unidos para Kiev.
O presidente ucraniano declarou na terça-feira, após a notícia da posição russa sobre a trégua, que a Ucrânia está disposta a aceitar o cessar-fogo parcial assim que for informada dos detalhes, mas insistiu que a recusa do Kremlin em depor as suas armas, como exigido pelos EUA, é prova de que os russos querem continuar a guerra.
Zelensky apelou hoje à comunidade internacional para aumentar a pressão sobre a Rússia para a forçar a terminar a guerra.
[Notícia atualizada às 13h26]
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