Este pacote histórico de várias centenas de milhares de milhões de euros, que requer uma emenda constitucional, foi aprovado por uma maioria de dois terços dos 53 votos no Bundesrat, depois de já ter sido adotado na terça-feira na Câmara Baixa, o Bundestag.
O plano, elaborado com os sociais-democratas (SPD) e os Verdes, futuros aliados dos conservadores (CDU) no próximo Governo, representa uma revolução para a Alemanha.
Defensor da ortodoxia orçamental há décadas, o país negligenciou durante muito tempo os gastos militares em detrimento da proteção militar norte-americana, que protegia o país desde o final da II Guerra Mundial.
Entretanto, os tempos mudaram e após o choque da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, Berlim vê agora Washington a afastar-se da Europa e a aproximar-se da Rússia, sob a liderança do Presidente Donald Trump.
"Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que a Alemanha se torne novamente um dos exércitos mais poderosos da Europa, que se possa proteger e ao nosso país", enfatizou o primeiro-ministro conservador da Baviera, Markus Söder, no Bundesrat.
Na terça-feira, o conservador Friedrich Merz (CDU) classificou as medidas como "o primeiro grande passo em direção a uma nova comunidade de defesa europeia" que incluiria "países que não são membros da União Europeia (UE)", como o Reino Unido e a Noruega.
Concretamente, a Alemanha irá flexibilizar o seu "travão da dívida", que limita a capacidade de endividamento do país para as despesas militares e para as regiões.
Além disso, existe um fundo especial --- fora do orçamento --- de 500 mil milhões de euros ao longo de 12 anos para modernizar as infraestruturas e revitalizar a maior economia da Europa, incluindo 100 mil milhões atribuídos a projetos que contribuem para a transição climática.
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