"Continua a ser um número intolerável para uma sociedade moderna e avançada", afirmou o ministro, durante a apresentação do III Plano de Luta Contra os Delitos de Ódio em Espanha, segundo o qual as denúncias diminuíram cerca de 10% em relação a 2023.
O ministro realçou que as queixas denunciam situações de racismo, xenofobia, ataques por causa da orientação sexual, islamofobia, antissemitismo, aporofobia e outros tipos de discriminação que qualificou como "terríveis".
"Mais de 1.800 pessoas atacadas só por serem, por existirem", que são alvo de "agressões que atentam diretamente à sua dignidade", afirmou.
Fernando Grande-Marlaska apelou à denúncia, "para que estas agressões não fiquem impunes", e considerou que se vive atualmente um tempo "em que o ódio se disfarça de discurso legítimo e em que a extrema-direita pretende normalizar a discriminação com a promessa falsa e manipuladora de proteger uns supostos valores e símbolos".
Para o governante, há dirigentes políticos que fazem declarações "sem vergonha alguma, criminalizam os imigrantes, qualificam as crianças como delinquentes e colocam sob suspeita qualquer vestígio de diversidade".
Segundo os dados hoje conhecidos, a maioria dos delitos de ódio denunciados em Espanha estão relacionados com racismo e xenofobia, seguindo-se a discriminação associada à orientação sexual ou à identidade de género.
O III Plano de Luta contra os Delitos de Ódio do Governo de Espanha estará em vigor quatro anos (até ao final de 2028), tem um orçamento de 1,4 milhões de euros e inclui mais de 100 medidas relacionadas, entre outros aspetos, com mais meios para responder às vítimas e para investigar este tipo de crimes.
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