"Concordámos coletivamente com a necessidade de aumentar o nosso investimento, de forma a atingir os 3%" do PIB (produto interno bruto) consagrados pelos Estados-Membros à defesa, disse Gabriel Attal, numa declaração conjunta, no final da cimeira.
No documento, os líderes afirmaram o "apoio ativo e militar" à Ucrânia e um acordo coletivo assente em mais dois pontos.
Na "cimeira pela democracia e pelas liberdades", iniciativa do antigo primeiro-ministro francês e secretário-geral do partido francês Renascimento, força política do Presidente Emmanuel Macron, os representantes expressaram ainda "a necessidade de encontrar formas legais de utilizar os ativos russos para apoiar a Ucrânia, indicou Attal.
Esta posição é contrária a do Governo francês, que se opõe oficialmente à apreensão dos ativos russos, que representam cerca de 235 mil milhões de euros, além dos juros que geram, já a ser usados para ajudar Kiev.
Gabriel Attal indicou que a cimeira defendeu acelerar o processo de adesão da Ucrânia à UE, "para que os deputados ucranianos com estatuto de observadores possam ter assento no Parlamento Europeu a partir do próximo ano".
"A proposta de alargar a capacidade de dissuasão nuclear da França a outros países europeus é igualmente bem-vinda", acrescentou.
A cimeira contou ainda a presença da presidente do grupo Renew no Parlamento Europeu, Valérie Hayer, e de representantes de 21 países, como a eurodeputada alemã e presidente da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (ALDE), Svenja Hahn, o secretário-geral do Partido Democrático Europeu (PDE), Sandro Gozi, e a antiga primeira-ministra belga Sophie Wilmès.
"Numa altura como esta, a ação do governo não é suficiente. Os partidos políticos e os grupos políticos também têm de atuar", referiu.
Gabriel Attal disse que esta iniciativa representa "um passo de gigante para uma verdadeira aliança das democracias liberais e, sobretudo, dos partidos que as defendem".
"Temos de fazer algo difícil, inédito mesmo para muitas democracias liberais: assumir o nosso próprio poder (...) escrever o nosso próprio destino sem depender dos outros", acrescentou o secretário-geral do partido francês Renascimento.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, presidente do partido centrista MoDem e membro do Partido Democrático Europeu, abriu os debates com uma mensagem de vídeo a partir da cidade natal, Pau.
A próxima cimeira terá lugar a 26 de junho, em Bruxelas, e contará com a presença dos chefes de Governo, bem, como a possível participação de Macron.
O convite para a próxima cimeira será também estendido aos "noruegueses, ao Reino Unido, ao Canadá, a todos aqueles que queiram juntar-se para continuar a defender o modelo democrático e a promover a democracia liberal", afirmou Valérie Hayer.
Na quinta-feira, o ministro da Economia francês, Eric Lombard, anunciou que os investidores públicos franceses vão disponibilizar 1,7 mil milhões de euros para reforçar os capitais próprios do setor da defesa, num contexto de rearmamento da UE, face à posição dos Estados Unidos relativamente à Ucrânia, invadida pelas tropas russas em fevereiro de 2022.
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