"Moscovo fala de paz enquanto realiza ataques brutais em áreas residenciais densamente povoadas de grandes cidades ucranianas", escreveu o ministro Andriy Sibiga na sua conta no X após o ataque à cidade no nordeste da Ucrânia.
Moscow speaks of peace while carrying out brutal strikes on densely populated residential areas in major Ukrainian cities.
— Andrii Sybiha 🇺🇦 (@andrii_sybiha) March 24, 2025
A few hours ago, another horrific Russian bombing of Sumy's city center injured dozens civilians, including many children.
Instead of making hollow… pic.twitter.com/WLAhFZbDnJ
De acordo com a agência de notícias ucraniana Ukrinform, citando o Conselho Municipal de Sumy, o número de vítimas reportado pelas autoridades municipais esta noite era de 94 feridos, incluindo 71 adultos e 23 crianças.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou antes que o ataque exigiria uma longa "operação de resgate" envolvendo "todos os serviços de emergência: o Serviço de Emergência do Estado, a Polícia Nacional, os serviços médicos e municipais".
Zelensky publicou na sua conta de Telegram que o "epicentro" da artilharia russa foram uma escola e edifícios residenciais.
"Felizmente, as crianças da escola estavam num abrigo", disse Zelensky.
Anteriormente, Sibiga tinha publicado um vídeo dos esforços de resgate num dos edifícios residenciais danificados pelo míssil russo.
Durante a última noite, a Rússia usou 99 drones contra a Ucrânia, de acordo com a Força Aérea ucraniana, dos quais 57 foram abatidos.
Os ataques russos acontecem num momento em que delegações de Moscovo e de Kiev se encontram na Arábia Saudita em negociações separadas com os Estados Unidos sobre um cessar-fogo no conflito iniciado em fevereiro de 2022.
Condenando ao ataque de hoje em Sumy, o coordenador humanitário da ONU na Ucrânia, Mathias Schmale, frisou que "os civis devem ser poupados e as crianças protegidas" no conflito.
"Mais uma vez, há relatos de ataques terríveis das Forças Armadas da Federação Russa em toda a Ucrânia, causando mortes e ferimentos sem sentido a civis ucranianos", declarou, em comunicado, o gabinete do coordenador da ONU, assinalando um bombardeamento no centro da cidade de Sumy, que danificou um hospital, uma escola e vários edifícios residenciais.
O gabinete de Schmale indicou que a contagem de vítimas ascende a dezenas de pessoas, incluindo várias crianças, em Sumy, depois outros ataques em Zaporijia, no sul, e na capital, Kiev, no fim de semana.
Estes ataques "mataram famílias inteiras e feriram muitas outras", além escolas e unidades de saúde atingidas em Kharkiv e Dnipro, no nordeste e centro do país, respetivamente.
"O Direito Internacional Humanitário proíbe claramente os ataques a civis e a infraestruturas civis, e devem ser protegidos em todos os momentos", destacou, na mesma nota.
O Presidente russo, Vladimir Putin, concordou na semana passada, após um telefonema com o Presidente norte-americano Donald Trump, em declarar um cessar-fogo parcial de 30 dias sobre ataques a instalações energéticas.
A Ucrânia acusou a Rússia de violar o cessar-fogo no mesmo dia em que foi declarado.
Kiev concordou em implementar uma trégua parcial assim que forem acordados os alvos que serão impedidos de atacar.
Representantes da Ucrânia reuniram-se com uma delegação dos EUA na Arábia Saudita no domingo para discutir os detalhes desta possível trégua.
Os emissários de Kiev voltarão a reunir-se em Riade com os de Washington, confirmou hoje Zelensky, que criticou a postura de Moscovo.
"A Rússia continua a ser o único ator a arrastar esta guerra, troçando tanto do nosso povo como da comunidade mundial. Para empurrar a Rússia para a paz, precisamos de uma ação decisiva e de determinação", disse o Presidente ucraniano.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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