"Diretora Gabbard, é a responsável pela segurança que define as instruções para o acesso a informações confidenciais. Contactou o secretário da Defesa ou outros depois de estes planos militares específicos terem sido partilhados para dizer: 'Devemos fazer isto (num dispositivo seguro)'?", perguntou o senador Mark Warner à diretora dos serviços secretos, Tulsi Gabbard.
"Não foram partilhadas informações confidenciais", declarou Gabbard, na audição perante a comissão de Serviços Secretos do Senado, recusando-se, no entanto, a "entrar em pormenores" ou a confirmar a própria presença nesse círculo de discussão.
O senador democrata Mark Warner, por sua vez, criticou o que considerou ser a falta de transparência da responsável e instou-a a partilhar o conteúdo das discussões, se de facto não foram divulgadas informações confidenciais.
O chefe de redação da prestigiada revista The Atlantic publicou, na segunda-feira, um longo artigo em que pormenorizou as trocas de impressões entre altos responsáveis federais dos Estados Unidos sobre um plano de ataque militar aos rebeldes Huthis no Iémen, num grupo do serviço digital de mensagens Signal, ao qual foi adicionado por engano.
Uma enorme falha de segurança para os Estados Unidos, amplamente criticada nos círculos democratas. A Casa Branca confirmou a autenticidade da cadeia de mensagens, mas também declarou que não tinha sido revelada qualquer informação confidencial.
O diretor da CIA (Agência Central de Informações), a principal agência de serviços secretos externos dos Estados Unidos, confirmou, por seu lado, a presença neste círculo, mas defendeu aquilo que designou como o uso "autorizado e legal" da aplicação Signal.
Mark Warner criticou a falta de prudência das pessoas presentes nesse grupo e afirmou que se um oficial militar ou agente dos serviços secretos "se comportasse desta forma, seria despedido".
"Este é mais um exemplo da atitude negligente, imprudente e incompetente do Governo Trump, particularmente no que diz respeito a informação confidencial", sustentou o senador democrata.
Por sua vez, outro senador democrata, Ron Wyden, pediu a demissão do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, e do secretário de Defesa, Pete Hegseth.
Um elemento da equipa do primeiro está por detrás da adição acidental do jornalista ao grupo, ao passo que o segundo partilhou previamente os planos de ataque aos rebeldes iemenitas Huthis.
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