Uma mensagem de incentivo, em forma de coração, foi encontrada numas meias embaladas para Luigi Mangione usar em tribunal, no mês passado, no julgamento onde é suspeito do assassinato do CEO da United Healthcare, avançam os procuradores num documento judicial, divulgado esta quarta-feira, citado pelo The Guardian.
A nota, que foi interceptada por um funcionário do tribunal, tinha como objetivo informar Mangione de que "há milhares de pessoas a desejar-lhe sorte", escreveram os procuradores de Manhattan, em Nova Iorque, em resposta a pedidos recentes feitos por parte dos advogados de Mangione.
O bilhete — assim como outra mensagem em forma de coração endereçada a alguém chamado 'Joan' — estava escondido num pedaço de cartão no meio de um novo par de meias. Porém, não se sabe quem escreveu o bilhete ou o colocou nas meias.
Luigi Mangione chegou mesmo a calçar as meias, mas acabou por tirá-las "porque 'não pareciam boas'", referiu o procurador Joel Seidemann, citado pelo mesmo meio. O suspeito acabou por aparecer em tribunal de mocassins sem meias, com os pés algemados nos tornozelos.
Segundo uma ação judicial tornada pública na segunda-feira, os advogados do suspeito propuseram que fosse instalado um computador portátil na sua cela para que Mangione conseguisse ver documentos, vídeos e outro material sobre o caso do tiroteio que vitimou o CEO da United Heatlhcare, Brian Thompson.
No entanto, Seidemann escreveu que "o tratamento especial em benefício do réu foi violado quando (os promotores) fizeram acomodações para as necessidades de moda do réu durante a última audiência em tribunal", isto porque a maioria dos réus usa uniformes prisionais em tribunal, sendo que Mangione foi autorizado a trocar para roupas trazidas pela sua equipa de defesa.
Recorde-se que Luigi Mangione é suspeito do assassinato do CEO da United Healthcare, Brian Thompson, à porta de um hotel em Manhattan, Nova Iorque, no dia 4 de dezembro de 2024.
Na altura, colocou-se em fuga, mas acabou por ser intercetado, menos de uma semana depois, num McDonald's, no estado da Pensilvânia.
O jovem de 26 anos é acusado de 11 crimes, incluindo três de homicídio e um de homicídio como ato de terrorismo. No entanto, declarou-se inocente das acusações de homicídio no estado de Nova Iorque que o classificam como terrorista.
Em fevereiro, Luigi Mangione 'falou', pela primeira vez, após ter sido detido. Através de um comunicado publicado no seu site, dirigiu palavras de agradecimento os seus apoiantes, dias antes de comparecer em tribunal.
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