"No que diz respeito à mudança da disposição dos lugares na sala de imprensa, é algo que estamos a considerar seriamente" afirmou a responsável, numa entrevista à Fox News, por se pensar ser "absolutamente injusto que um grupo de jornalistas elitistas sediados em Washington possa escolher quem cobre o Presidente".
Trata-se de uma referência à Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA, na sigla original em inglês), que até ao momento detém importantes prerrogativas quanto à organização do trabalho dos jornalistas na Casa Branca, desde a escolha de quem pode entrar na Sala Oval ou no avião até à atribuição de lugares na sala, onde decorrem as habituais conferências de imprensa da porta-voz.
Para o presidente da WHCA, Eugene Daniels, caso avancem as alterações "será ainda mais claro que o governo está cinicamente a tentar assumir o controlo do sistema através do qual a imprensa se organiza de forma independente, a fim de facilitar a punição dos meios de comunicação social pela sua cobertura".
Karoline Leavitt condenou esta posição "fundamentalmente injusta", acusando a associação de querer manter o seu "monopólio" na famosa sala de briefing de cor azul.
Os lugares da primeira fila da sala de imprensa, muito cobiçados porque o facto de estar aí sentado aumenta as hipóteses de fazer uma pergunta, são agora ocupados por jornalistas dos principais canais de televisão - incluindo a CNN, a NBC, a Fox News, -, das principais agências noticiosas e dos principais jornais, como o New York Times, o Washington Post e o Wall Street Journal.
Desde o regresso de Donald Trump à presidência, a sua equipa de comunicação passou a controlar o acesso ao político republicano em detrimento da Associação de Correspondentes.
A agência norte-americana AP está proibida de se aproximar de Donald Trump por ter recusado aceitar o novo nome imposto por Trump ao Golfo do México. Numa ordem executiva do Presidente, passou a ser "Golfo da América".
O acesso a muitos meios de comunicação social, incluindo a AFP, foi restringido, enquanto os representantes de canais de televisão, blogues, sites e podcasts populares entre o eleitorado de Trump estão agora a ter tratamento preferencial.
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