Greve geral reúne milhares de manifestantes na Grécia

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje na Grécia no âmbito de uma greve geral de 24 horas para exigir aumentos salariais, com a polícia a estimar que mais de 15 mil se concentraram na capital, Atenas, e em Salónica.

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© Socrates Baltagiannis/picture alliance via Getty Images

Lusa
09/04/2025 12:45 ‧ há 5 dias por Lusa

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Grécia

Em Atenas, mais de dez mil pessoas, segundo a polícia, reuniram-se na Praça Sintagma (Constituição), frente ao Parlamento, a pedido das centrais sindicais do setor público (Adedy), e do setor privado (GSEE).

 

Os manifestantes gritaram palavras de ordem como "Aumento dos salários"; "A injustiça sufoca-nos" e "Abaixo a Nova Democracia", numa referência direta ao nome do partido no poder.

A greve de hoje afetou sobretudo os transportes com paragens nas ligações de metropolitano, autocarros e serviços aéreos.

Os navios de transporte de passageiros estão ancorados desde manhã cedo e foram suspensas as ligações às ilhas dos mares Egeu e Jónico (oeste).

Em fevereiro as centrais sindicais realizaram uma greve geral que se repetiu hoje para pedir aumentos dos salários e contra a carestia que dizem ser resultado das políticas do governo conservador. 

As duas centrais sindicais estão contra as políticas do governo conservador de Kyriakos Mitsotakis, que, acusam, conduziram a uma "subida dos preços".

Num comunicado de imprensa, a central sindical Adedy critica os preços "exorbitantes" que diz serem resultado da cartelização que opera sobretudo no setor da energia.

Os sindicatos do setor público criticam igualmente o Governo de Kyriakos Mitsotakis, que acusam de contribuir para o aumento dos preços na habitação.

Escolas, tribunais, bancos e serviços públicos também se encontram encerrados em virtude da paralisação.

A central sindical Adedy exigiu o aumento dos salários, referindo que após dez anos de estagnação, os trabalhadores só foram aumentados em 04% no ano passado e em 01% este ano.

A GSEE exige o restabelecimento das convenções coletivas, depois de terem sido anuladas durante a "derrocada" financeira da última década, e frisa que são necessários aumentos reais para combater o elevado custo de vida na Grécia.

Apesar da taxa de crescimento (2,2% em 2024), os salários na Grécia continuam a ser particularmente baixos, enquanto os impostos continuam a aumentar num país onde a inflação atingiu 3,5% em 2024.

O governo aumentou o salário mínimo de 830 euros para 880 euros no passado dia 01 de abril em resposta ao crescente aumento da contestação social.

A greve de hoje segue-se à paralisação organizada no dia 28 de fevereiro, quando centenas de milhares de pessoas se manifestaram em todo o país, numa das maiores mobilizações das últimas décadas - exigindo justiça para as 57 vítimas de uma colisão de comboios em 2023 e contestando o elevado custo de vida.

Hoje, em Salónica, a segunda maior cidade do norte da Grécia, cerca de cinco mil pessoas manifestaram-se com cartazes onde se lia as palavras de ordem: "Abaixo a política que empobrece"; "Aumento real dos salários" e "Tudo é sacrificado pelo lucros".

"Não podemos viver com dignidade com o salário que recebemos. Quando se gasta quase 50% do salário em rendas, como é que se pode viver?", disse à Agência France Presse Eleni Ioannidou, 27 anos, empregada do comércio em Salónica.

A principal faixa do sindicato do setor privado dizia "Os preços altos destroem".

"A minha pensão não chega sequer para vinte dias. Estamos a exigir algo muito simples: poder satisfazer as necessidades básicas das nossas vidas", disse o reformado Kostas Papaioannou, de 69 anos.

Leia Também: Grécia enfrenta a terceira greve geral de 24 horas em três meses

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