"Os serviços fronteiriços franceses, sem qualquer motivo, detiveram a funcionária (...), membro da delegação oficial russa, confiscando-lhe o telemóvel e o computador", disse Maria Zakharova, numa conferência de imprensa, citada pela agência de notícias espanhola EFE.
Zakharova acrescentou que o incidente ocorreu no domingo, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e "não pode ser explicado".
A porta-voz disse que a embaixada russa enviou um funcionário consular para o aeroporto, mas o diplomata "teve de esperar quase sete horas antes de conseguir aceder à colega da delegação" russa.
A embaixada russa também enviou uma nota de protesto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
"Em resultado dos protestos emitidos, a funcionária foi autorizada a entrar no país. No entanto, teve de passar vários dias na zona fronteiriça do aeroporto", afirmou Zakharova.
O porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, disse que a situação era inaceitável, porque "contradiz todos os deveres da República Francesa no âmbito da Convenção de Viena", que regula as relações diplomáticas.
"Isto agrava ainda mais as nossas relações bilaterais, que já foram prejudicadas pelas autoridades francesas", acrescentou Peskov, referindo-se às divergências entre Moscovo e Paris devido à invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
A porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, disse não ter conhecimento da situação, mas afirmou que as relações atuais com Moscovo não são boas.
"Não tenho conhecimento de que tenhamos atualmente relações maravilhosas com a Rússia", comentou Primas.
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