Ucrânia. Mortes civis em ataques russos aumentaram 50% em março

Pelo menos 164 civis morreram e 910 ficaram feridos em ataques russos na Ucrânia em março, mais 50% do que no mês anterior e 70% acima do mesmo período de 2024, segundo dados hoje divulgados pelas Nações Unidas.

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Lusa
09/04/2025 18:31 ‧ há 5 dias por Lusa

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Os dados reunidos pela Missão de Monitorização de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia revelam que abril fica marcado pelo "ataque mais mortal contra crianças" desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, numa referência ao bombardeamento na sexta-feira em Kryvyi Rih, no centro do país, que matou nove menores e feriu 12.

 

Em comunicado, a Missão da ONU assinala que a maioria das mortes de civis registadas em março foi resultado de ataques russos com mísseis de longo alcance e 'drones' suicidas e 95% ocorreram em território controlado pela Ucrânia.

A chefe da missão, Danielle Bell, observou que "os bombardeamentos quase diários de 'drones' de longo alcance mataram e feriram dezenas de civis em todo o país".

Um dos locais mais atingidos em março foi a cidade de Kryvyi Rih, localizada a cerca 70 quilómetros da linha de frente do conflito, onde cinco ataques lançados pelas forças armadas russas mataram pelo menos seis civis e feriram outros 66.

Entre os locais atingidos nesses ataques estavam prédios civis, incluindo dois hotéis e um restaurante.

Os ataques mortais contra a cidade natal do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continuaram em abril, incluindo um míssil balístico contra um parque infantil na sexta-feira passada, matando 19 civis, dos quais nove eram crianças.

O alto-comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, expressou surpresa com o ataque e pediu uma investigação rápida, completa e independente.

A Missão de Monitorização também verificou que dois hospitais em funcionamento foram atacados diversas vezes em março com 'drones' suicidas lançados pelas forças armadas russas.

"Em todos os casos, a equipas hospitalares seguiram os protocolos de segurança para garantir que pacientes e profissionais de saúde estivessem em abrigos", refere o comunicado

Perante o Conselho de Segurança na terça-feira, Tom Fletcher, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, pediu à comunidade internacional que faça mais para proteger os civis.

"Este padrão brutal de morte e destruição de civis em áreas povoadas deve acabar", declarou Fletcher, citado no comunicado, observando que quase 13 milhões de pessoas em toda a Ucrânia precisam de apoio humanitário, na maioria mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência.

Já hoje, o Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) relatou mais uma vaga de ataques em Dnipro, no centro da Ucrânia, Kramatorsk (leste) e Kharkiv (nordeste), na madrugada de hoje, que deixou muitos feridos e causou danos em prédios residenciais.

A Rússia e a Ucrânia têm trocado acusações de ataques mútuos, em desrespeito de uma suposta trégua de 30 dias contra alvos energéticos acordada no mês passado em negociações com os Estados Unidos, cujos termos não ficaram clarificados.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Leia Também: Zelensky afirma que "há 155 cidadãos chineses a lutar contra a Ucrânia"

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