A Rússia libertou, esta manhã, a bailarina norte-americana Ksenia Karelina numa troca de prisioneiros com os serviços de informação de Donald Trump.
A troca aconteceu em Abu Dhabi avança o Wall Street Journal, referindo que esta é a mais recente prova das boas relações que têm vindo a desenvolver-se entre os dois países, após a eleições presidenciais que deram a vitória a Donald Trump.
Recorde-se que Karelina, que tem dupla nacionalidade russa e norte-americana, foi condenada a 12 anos de prisão em agosto de 2024 por ter feito uma doação a uma associação norte-americana que apoiava a Ucrânia.
US-Russian ballerina Ksenia Karelina jailed over Ukraine charity donation released in prisoner swap | World News | Sky News https://t.co/9l0JIn0uJN
— Sir William Browder KCMG (@Billbrowder) April 10, 2025
A antiga bailarina foi detida na cidade de Yekaterinburg, nos Montes Urais, em fevereiro de 2024, e condenada por traição no final desse ano.
O Primeiro Departamento, um grupo de defesa dos direitos dos cidadãos russos, afirmou que as acusações resultaram de uma doação de 51,80 dólares (cerca de 47 euros, ao câmbio atual) a uma instituição de caridade norte-americana que ajuda a Ucrânia.
As autoridades norte-americanas consideraram o processo contra Karenina "absolutamente ridículo".
"Foi injustamente detida pela Rússia durante mais de um ano e o Presidente [Donald] Trump conseguiu a sua libertação", congratulou-se Rubio, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
De acordo com o Wall Street Journal (WSJ), a Rússia obteve em troca a libertação de Arthur Petrov, um russo-alemão detido em 2023, acusado de exportar ilegalmente componentes eletrónicos para a Rússia para uso militar.
Petrov foi detido em 2023 em Chipre a pedido dos Estados Unidos por alegadamente exportar microeletrónica sensível para a Rússia.
Foi extraditado em agosto de 2024 e enfrentou acusações de violações do controlo das exportações, contrabando, fraude eletrónica e branqueamento de capitais.
Uma das acusações referia-se a um esquema de aquisição de componentes eletrónicos provenientes dos Estados Unidos, em nome de um fornecedor russo, essenciais para fabricantes que fornecem armamento às forças armadas da Rússia.
Karelina terá obtido a nacionalidade norte-americana por casamento, depois de se ter mudado para Los Angeles.
Foi detida quando regressou à Rússia para visitar a família em 2024.
O Serviço Federal de Segurança russo (FSB) alegou que Karelina "recolheu proativamente dinheiro no interesse de uma das organizações ucranianas".
Segundo o FSB, o dinheiro foi "posteriormente utilizado para comprar material médico tático, equipamento, armas e munições para as forças armadas ucranianas".
A Rússia está em guerra com a Ucrânia, que invadiu em fevereiro de 2022, e proíbe quaisquer manifestações de apoio dos russos aos ucranianos.
O advogado de Karelina, Mikhail Mushailov, disse que a ex-bailarina estava a voar para os Estados Unidos a partir de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde a troca teve lugar.
O Wall Street Journal publicou a notícia citando o diretor da CIA, John Ratcliffe, que, segundo o jornal, assistiu à troca no aeroporto de Abu Dhabi.
O emirado foi anteriormente palco de outra troca de prisioneiros de alto nível entre os Estados Unidos e a Rússia, quando a estrela de basquetebol Brittney Griner foi trocada pelo traficante de armas Viktor Bout em dezembro de 2022.
[Notícia atualizada às 14h05]
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