A maior plataforma de videojogos do mundo, a Steam, onde constam jogos como o EAFC, The Last of Us, Football Manager e Sims, tem disponível um jogo que incentiva a violação de mulheres.
Desde que ficou disponível na plataforma, a 22 de março, que o 'No Mercy' [Sem Misericórdia, em português], que tem como lema "torna-te no pior pesadelo das mulheres", está a gerar polémica.
Nos EUA, por exemplo, o Centro Nacional de Exploração Sexual (NCOSE) já condenou "veemente" o videojogo e instou o Steam a retirá-lo plataforma, uma vez que considera que este "promove a violência sexual gráfica, o incesto, a chantagem e a dominação masculina, encorajando explicitamente os jogadores a envolverem-se em atos não consensuais e comportamentos misóginos".
Num comunicado partilhado nas redes sociais o NCOSE diz que o videojogo é "perturbador e nocivo".
A mesma opinião tem a organização sem fins lucrativos ‘Women in Games’, que condenou a existência do 'No Mercy' e considera que a presença deste no Steam é "totalmente inaceitável".
"Envia uma mensagem clara e angustiante: a de que a violência contra as mulheres não só é tolerável, como pode ser jogada. Esta mensagem não tem lugar na nossa indústria, nas nossas comunidades ou na nossa sociedade. Apelamos à Valve Corporation, os proprietários da Steam, para que atuem com urgência. Este jogo tem de ser removido. Tens de implementar políticas de moderação de conteúdos mais fortes. Tens de aplicar uma postura de tolerância zero em relação à misognia e ao ódio. As mulheres e as raparigas merecem mais desta indústria. Convidamos todos os aliados a juntarem-se a nós - para falarem, agirem e apoiarem o futuro de um mundo de jogos seguro e inclusivo", lê-se no comunicado da organização, assinada pela CEO Marie-Claire Isaaman.
Mas estas não são as únicas reações. Na Austrália, Canadá e até Reino Unido o jogo foi mesmo banido.
Em Portugal, o jogo continua disponível na plataforma para maiores de 18 anos e custa 11.79 euros.
Recorde-se que esta não é a primeira vez que a Steam está envolvida em controvérsia. Em 2019, a plataforma foi mesmo obrigada a remover o jogo 'Rape Day' – onde os jogadores podiam também assediar, violar e matar mulheres.
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