Trump anuncia que EUA enviaram grande número de soldados para o Panamá

O Presidente dos Estados Unidos anunciou hoje que "transferiu um grande número de tropas para o Panamá", país com o qual assinou um acordo que aumenta a presença militar norte-americana.

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© Chip Somodevilla/Reuters

Lusa
10/04/2025 19:06 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Estados Unidos

"Enviámos muitas tropas para o Panamá e ocupámos algumas áreas que não tínhamos antes, mas que agora temos", disse Donald Trump, na Casa Branca, numa declaração ao lado do secretário da Defesa, Pete Hegseth, que tinha acabado de regressar de uma visita oficial ao Panamá.

 

Na quarta-feira, durante a visita de Hegseth ao Panamá, os dois países assinaram um memorando de segurança que aumenta a presença militar dos EUA no país centro-americano.

"Estamos a recuperar o controlo do Canal do Panamá", disse Hegseth, durante uma reunião de gabinete presidida por Trump.

O chefe do Pentágono denunciou a "excessiva influência" da China no canal interoceânico, atribuindo a responsabilidade dessa situação à permissividade de anteriores governos norte-americanos.

"Nós, juntamente com o Panamá, estamos a expulsá-los. Por isso, tivemos uma viagem muito bem-sucedida", disse Hegseth, que descreveu o Presidente panamiano, José Raúl Mulino, como um "grande aliado".

Contudo, sobre conteúdo do memorando, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Panamá, Javier Martínez-Acha, esclareceu que a decisão sobre a presença militar dos EUA "é temporária" e respeita o Tratado de Neutralidade do Canal e a Constituição panamiana, não contemplando, por isso, o estabelecimento de bases militares norte-americanas.

"Este Governo foi claro: não há transferência de soberania, não há uso exclusivo de nada, e o que assinamos é temporário", insistiu o chefe da diplomacia do Panamá, durante uma entrevista radiofónica.

Oficialmente, o Panamá já manifestou desagrado com a declaração conjunta.

Javier Martínez-Acha disse que essa declaração conjunta omitiu uma frase sobre a soberania do Panamá sobre o canal interoceânico.

A versão em espanhol da declaração divulgada pelo Governo panamiano afirma que "o secretário Hegseth reconheceu a liderança e a soberania inalienável do Panamá sobre o Canal do Panamá e as áreas adjacentes", mas esta frase não aparece na versão inglesa divulgada pelo Governo de Trump.

"Enviámos uma nota à Embaixada dos EUA a expressar o nosso descontentamento pela exclusão desta frase", disse Martínez-Acha.

O ministro do Panamá adiantou que estava presente quando "a declaração final foi finalizada e a frase que removeram foi escrita".

"E tenho provas de que o outro lado diz 'OK, há um acordo'. Não me perguntem porque é que o outro lado apagou esta frase", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros panamiano, sem especificar se recebeu alguma resposta das autoridades norte-americanas.

A declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros panamiano, datada de 09 de abril, foi divulgada à imprensa local um dia depois.

A diplomacia panamiana argumentou que a frase "não aparecer na versão inglesa é essencial para transmitir com precisão a intenção e o conteúdo do comunicado" e pediu que a Embaixada norte-americana "atualize a versão inglesa para incluir uma tradução equivalente".

Nos últimos meses, Trump argumentou que a presença de um operador de Hong Kong em dois dos cinco portos em redor do Canal do Panamá constitui o controlo chinês da via navegável, e manifestou a intenção de o recuperar para os EUA.

Os Estados Unidos construíram o Canal no início do século XX e exploraram-no durante mais de 80 anos, até à transferência para o Panamá há 25 anos, conforme estabelecido pelos Tratados Torrijos-Carter de 1977.

A via navegável é regida por um Tratado de Neutralidade que está em vigor desde outubro de 1979.

Além da declaração conjunta com Mulino, cuja versão em língua inglesa provocou a indignação panamiana, um memorando de segurança com o Pentágono, implicando um aumento da presença militar dos EUA no país, foi também assinado durante a visita de Hegseth.

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